quinta-feira, 29 de março de 2012

Greve de rodoviários atinge cinco municípios da Região Metropolitana do Rio

Paralisação prejudica cerca de 1,3 milhão de usuários

Athos Moura

RIO - Milhares de pessoas amanheceram nos pontos de ônibus de Niterói, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí e Tanguá no fim da madrugada e início da manhã desta quinta-feira em razão da greve dos rodoviários que trabalham nas empresas de ônibus desses cinco municípios. A greve prejudica cerca de 1,3 milhão de usuários. Em razão da greve, o comandante do 12º BPM (Niterói), o tenente-coronel Wolney Dias, reforçou o policiamento no entorno do Terminal Rodoviário João Goulart e da Estação Araribóia, no Centro da cidade. O comandante disse que circulou há pouco o boato de que aconteceria uma concentração dos grevistas na frente da estação das barcas. Até o momento, não foi registrado qualquer movimentação fora do normal.

- Por medida de segurança, decidi reforçar os principais terminais da cidade para impedir tumultos e transtornos aos moradores. Até o momento, não registrei nenhuma baderna - comentou o comandante.

Segundo o superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj), a Polícia Militar tem um planejamento pronto para atuar na greve. Não há piquetes na porta das garagens nem notícias de atos de violência, mas em alguns pontos de Niterói e São Gonçalo os sindicalistas estão fazendo ameças aos rodoviários que tentam trabalhar.

Para não se atrasar, muitos resolveram tirar os carros da garagem, e o resultado é um trânsito bastante complicadado desde o início da manhã. A concessionária Barcas S/A anunciou viagens extras para suprir a demanda. Segundo passageiros, as filas do catamarã de Charitas já estão enormes. Devido à greve, as vans que operam linhas ligando os municípios ao Rio aumentaram as tarifas tabeladas pelo Detro. As vans que ligam Jardim Catarina, em São Gonçalo, ao Rio, passaram de R$ 8 para R$ 12.

A assistente executiva Lucieni Varella, que mora em São Francisco e trabalha no Centro do Rio, disse que havia o triplo de usuários na fila dos catamarãs na manhã desta quinta:

- Normalmente, quando eu chego à estação, já entro e pego o catamarã, mas hoje tive que esperar o terceiro chegar para embarcar. Cheguei ao trabalho uma hora depois do meu horário - afirmou.

As empresas de ônibus decidiram colocar os coletivos nas ruas, mas os motoristas estão tendo dificuldade de chegar às garagens por falta de transporte. Algumas empresas, como a Rio Ita, estão buscando os rodoviários em casa. A viação Coesa, que opera com linhas ligando São Gonçalo ao Rio, está com apenas 10% da frota na rua. A expectativa é que o número de ônibus circulando aumente no fim da manhã. Na noite desta quarta-feira, o Setrerj obteve uma medida cautelar expedida pela desembargadora Mery Bucker Caminha, garantido que, no mínimo, 40% da frota operem durante a greve. Caso essa decisão não seja cumprida, os grevistas serão punidos com multa diária de R$ 100 mil.

Na avaliação de Márcio Barbosa, superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj), a greve tem conotação política devido às próximas eleições na entidade. A categoria revindica aumento salarial de 16%. Os profissionais não aceitaram a proposta de aumento de 10% oferecida pelas empresas.

- O reajuste tarifário foi de 5,5% e as empresas estão oferecendo aumento de 10%. A cesta básica foi reajustada em 25%. Mais do que isso é impossível. A greve está prejudicando milhares de trabalhadores, estudantes, mais de um milhão de usuários - lamentou Barbosa.

FONTE: O GLOBO

Um comentário:

Anônimo disse...

eu apoio a greve. Sou rodoviário a muito tempo e cada dia vejo as empresas mais rica e a crise mais pobre. Toda hora a população ver pesquisa criticando os rodoviários, mas lembrasse que todos nós tem um parente ou amigo rodoviário e que não somos isso que a pesquisa mostra.