“Por isso nós, socialistas que de bom grado nos deixamos chamar “científicos” – se não se tentar com tal epíteto confundir-nos com os positivistas, que são nossos hóspedes freqüentes mas nem sempre bem aceitos e a seu bel prazer monopolizam a palavra ciência -, não lutamos para sustentar uma tese abstrata e genérica, como se fôssemos causídicos ou sofistas; nem nos apressamos em demonstrar a racionalidade de nossos objetivos. Nossos objetivos são unicamente a expressão teórica e a explicação pacífica dos dados que nos oferecem a interpretação do processo que se cumpre através de nós e em torno a nós; e que está inteiro nas relações objetivas da vida social, da qual somos sujeito e objeto, causa e efeito, escopo e parte. Nossos objetivos são racionais, não porque se fundamentam em argumentos extraídos da razão da discussão, mas porque são deduzidos da consideração objetiva das coisas; o que equivale a dizer que são deduzidos a partir da elucidação de seu processo, que não é nem pode ser resultado de nosso arbítrio mas, ao contrário, vence e submete nosso arbítrio.”
LABRIOLA, Antonio (1842-1904), professor de Filosofia da Universidade de Roma. Ensaio escrito em 7 de abril de 1895. Manifesto comunista, p.92. Boitempo Editorial, São Paulo, 2005.
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