Negociação foi feita com federação de sindicatos; Andes discorda e diz que greve nas universidades continua
Isabel Braga
BRASÍLIA O governo apostou no racha entre os sindicatos dos professores de universidades e institutos federais, fechou o acordo que garante reajustes de 25% a 40% para a categoria até 2015 com a Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais) e avisou às demais entidades sindicais de docentes que enviará a proposta ao Congresso. Um passo concreto para sinalizar que não reabrirá negociação com a categoria nem cederá nada além do que já foi concedido. O Andes (Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior), que representa a maioria das universidades federais e rejeitou a proposta, acusou a Proifes de ser "parceira" do governo e sustentou que o movimento grevista que já dura 78 dias será mantido.
Ontem, o MEC reafirmou que não retomará o debate, mas que está aberto à adesão do Andes e Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) ao acordo. Os secretários de Educação Superior, Amaro Lins, e de Educação Profissional e Tecnológica, Marco Antonio de Oliveira, evitaram falar da divisão entre as entidades. Segundo Marco Antonio, os três representam a categoria ou não estariam na negociação.
A proposta do governo valoriza a titulação, garantindo percentual maior de reajuste aos professores que têm mestrado e doutorado. O Andes e o Sinasefe criticam a proposta e defendem que, além do critério de titulação, haja a progressão na carreira por tempo de serviço, além de outros pontos de reestruturação. O governo reagiu acrescentando que a busca é por qualidade no ensino universitário, por isso a valorização de titulação. Em nota, o Andes critica o governo. O comando de greve do Sinasefe acusa a Proifes de peleguismo.
- Todas as assembleias votaram pela rejeição da proposta. No entanto, o governo opta por assinar acordo com uma entidade que é sua parceira e não tem representatividade junto à categoria. Vamos continuar firmes na greve - disse Marinalva Oliveira, presidente do Andes.
O presidente do Proifes, Eduardo Rolim, rebate:
- Participamos da mesa para valer. Se nossa categoria aceita, como aceitou, fechamos o acordo. Consultamos mais de 5 mil professores.
O secretário Marco Antonio de Oliveira disse que a proposta do governo, que terá um impacto de R$ 4,2 bilhões nas contas públicas até 2015, tem como propósito evitar novas paralisações. O MEC fez um apelo para que os professores retomem o trabalho e façam a reposição das aulas. Sobre o corte do ponto dos grevistas, os secretários afirmaram que é competência do Ministério do Planejamento. Segundo eles, se a greve não for encerrada, caberá ao Planejamento e à Advocacia Geral da União decidir o que fazer.
FONTE: O GLOBO
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