Em clima de campanha contra o PT, tucano usa a economia para atacar Dilma e afirma que o Brasil parou
Com ataques ao governo de Dilma Rousseff e ao PT, o senador Aécio Neves assumiu ontem, em convenção em Brasília, a presidência nacional do PSDB. A união retórica e o calor dos discursos, porém, não encobriram sinais de tensões internas com a consolidação do mineiro como pré-candidato ao Planalto em 2014. Ao lado de Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin e José Serra, Aécio fez um discurso de candidato e atacou o governo em pontos como infraestrutura, inflação e "crescimento pífio". Durante o evento, os tucanos falaram em esgotamento do projeto atual do PT, defenderam ética na política e pregaram união do partido em torno de Aécio.
PSDB prega união ao eleger Aécio e usa economia e gestão para atacar Dilma
Construção de palanque. Senador assume comando do partido como etapa para se lançar candidato ao Planalto em 2014 e alirma que Brasil "parou"; FHC, Alckmin e Serra dizem que sigla estará junta para derrotar PT e Perillo, ao citar mensalão, chama Lula de "canalha".
Com ataques à administração da presidente Dilma Rousseff e ao modelo petista de governar, o senador Aécio Meves (MG) assumiu ontem, em convenção em Brasília, a presidência nacional do PSDB. A união retórica e o calor dos discursos, porém, não encobriram sinais de tensões internas com a consolidação do mineiro como pré-candidato ao Planalto em 2014,
Ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do ex-governador José Serra, Aécio atacou as fragilidades do governo, como a falta de infraestrutura, a volta da inflação e o "crescimento pífio". "O Brasil simplesmente parou", acusou. Parafraseando o governador e presidente nacional do PSB, Eduardo Gampos (PE), o tucano disse que é imperativo "fazer diferente" e "fazer melhor". FHC usou mote semelhante e também disse que "o PSDB tem que ser muito próximo do povo".
Aclamado pela militância como "futuro presidente da República", Aécio disse buscar inspiração nos legados de seu avô, Tancredo Neves, e de tucanos como Mário Covas, Franco Montoro e FHC no momento em que se completam 20 anos do Plano Real, "maior transformação da história recente do País". O senador enfatizou que o momento era apropriado para o reencontro com a história do partido, de lembrar os êxitos e de reconhecer os equívocos.
"Erramos por não ter defendido, juntos, todo o partido, com vigor e a convicção devidos, a grande obra realizada pelo PSDB, que representa a base do Brasil moderno", disse. Aécio afirmou que, se o partido tivesse defendido o legado de FHC, não haveria "apropriação" por parte do PT.
Tensão. Os discursos dos tucanos não encobriram os sinais não tão sutis de tensão com a escolha de Aécio para presidir a legenda e com a consolidação do mineiro como pré-candidato do partido ao Planalto.
O ensaio da festa previa a chegada dos paulistas FHC, .Alckmin e Serra em companhia do mineiro, para simbolizar a união partidária. Na quinta-feira, o governador disse que o trio embarcaria para Brasília. Na capital, fariam uma reunião com Aécio para daí aportarem no Centro de Convenções da capital.
O ex-governador paulista, no entanto, preferiu viajar sozinho e se destacou do grupo. Chegou à convenção separado, dez minutos depois do mineiro, saudado pela militância com gritos protocolares de "Serra é PSDB".
O ex-governador se mostrou reticente no apoio declarado ao mineiro para o Planalto. Em dis-; curso, nem sequer tangenciou as aspirações do mineiro ao Planalto, embora tenha desejado "sorte ao Aécio na presidência do PSDB" e atribuído "a responsabilidade de unir as forças de oposição".
"Nas grandes decisões que já tomei na vida pública, nunca coloquei, nunca pus, não ponho e não porei as paixões à frente da razão", discursou Serra. "Com os olhos em 2014 e no futuro do Brasil, continuarei a atuar em favor da unidade das oposições e de quantos entendam que é chegada a hora de dar um basta à incompetência orgulhosa."
"Canalha". No evento, feito como se fosse lançamento de campanha presidencial, os tucanos falaram em esgotamento do projeto atual do PT, defenderam a ética na política e pregaram a união em torno de Aécio. "A união é fundamental. Nosso grupo tem que se unir e propor", afirmou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio.
Alckmin sinalizou que os paulistas apoiarão o mineiro em 2014. Em tom de brincadeira, disse que em São Paulo ele (Alckmin) é "acusado de ser o paulista mais mineiro" do Estado e que Aécio é "injustamente" atacado por ser o mineiro "mais carioca" "Se precisar, ele (Aécio) vai ser o mais paulista dos mineiros", afirmou.
O ataque mais explícito ao PT veio do governador de Goiás, Marconi Perillo, que chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "canalha". O petista não quis comentar a declaração.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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