Valdo Cruz e Sheila D'Amorim
BRASÍLIA - O clima de confronto entre o PMDB e governo, que já havia marcado a votação da Medida Provisória dos Portos na Câmara dos Deputados, deu o tom do jantar do partido anteontem no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer.
Na avaliação de peemedebistas, a presidente Dilma Rousseff agiu bem ao não comparecer ao encontro.
A princípio, o jantar deveria ajudar Temer na missão de superar esse clima ruim com o Planalto. Mas os insatisfeitos desfiaram um rosário.
Os motivos das críticas foram vários: da composição de palanques para a disputa eleitoral em 2014 ao projeto que previa a troca do indexador da dívida de Estados e municípios, e que o governo decidiu engavetar.
O governador do Rio, Sérgio Cabral, disse ser inaceitável haver dois palanques para a presidente no Estado em 2014. Ele tenta evitar a candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao governo.
Cabral afirmou que, se Lula escolheu Dilma como sucessora, ele também tem o direito de escolher o seu. Disse que não vai apoiar um projeto que tem um candidato pela manhã e outro à tarde.
Roseana Sarney, governadora do Maranhão, disse que, enquanto o partido comanda a pasta do Turismo, com Gastão Vieira, o presidente da Embratur, Flávio Dino (PC do B), hierarquicamente subordinado à pasta, "conspira contra o partido no Estado". Dino é potencial candidato na próxima eleição.
Os senadores Valdir Raupp (RO) e José Sarney (AP) encabeçaram a turma do deixa-disso. "Olha o timing'. Tudo tem seu tempo, não é momento para definir alianças", afirmou Sarney.
O governo também foi criticado por recuar da proposta que aliviaria a dívida de Estados e municípios. Como o clima não melhorava, Temer "apelou para o jantar".
Fonte: Folha de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário