sexta-feira, 10 de maio de 2013

Escassez de trigo pode puxar alta de até 10% nos pães e nas massas

No Rio, pãozinho deve ficar 5% mais caro este ano

Clarice Spitz

Depois de subir 15,86% nos últimos 12 meses, o pão francês deve passar por nova rodada de reajuste, preveem fabricantes. No Rio, o preço do pão, que tem um terço dos custos vindo da farinha de trigo - também em alta por causa de problemas de abastecimento do trigo -, deve subir cerca de 5% até o fim do ano. O macarrão pode ter alta de até 10% já neste semestre.

- A farinha deve ainda subir 20% neste ano. Não podemos acompanhar isso tudo, mas devemos aumentar o pão em mais ou menos 5% - afirma o presidente da Associação dos Industriais de Panificação e Similares do Rio (Abipan-Rio), José Severiano Câmara.

O quilo de pão é vendido, em média, por R$ 8 no Rio.

O vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), José Batista de Oliveira, prefere a cautela:

- Seria precipitado falar em aumento. A expectativa é que não se tenha mais nenhum.

Já o macarrão e o pão de forma podem ficar cerca de 10% mais caros até o fim do semestre, pelas contas do presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima), Claudio Zanão.

- Até o primeiro semestre, os aumentos estão garantidos. A expectativa agora é em relação ao segundo semestre, se vamos ter uma boa colheita e se a situação na Argentina vai melhorar - diz.

Problemas com o abastecimento de trigo no mercado brasileiro têm pressionado os preços de pães, massas e cereais. Nos últimos 12 meses, a farinha de trigo acumula alta de 24,79% pelo IPCA. O pão de forma sobe 18,94%. O biscoito está 9,60% mais caro e o macarrão, 11,32%.

A Argentina, principal fornecedora de trigo do Brasil, teve problemas com a seca, o que forçou a compra de trigo mais caro do Canadá e dos EUA. No Brasil, a produção veio 25,7% menor que no ano anterior, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com isso, as importações subiram de 6 milhões, na safra 2011 e 2012, para 7,2 milhões na 2012/2013.

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), o lote de trigo do norte do Paraná vendido entre empresas custou, em média, R$ 717 a tonelada em abril. No mesmo mês de 2012, custava R$ 472.

Fonte: O Globo

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