Presidente disse que Lula "não vai voltar porque não saiu" da vida pública
Dilma Rousseff não pecou pela incoerência, diz a oposição, ao afirmar que o ex-presidente Lula "não vai voltar porque ele não saiu" em entrevista publicada no domingo pelo jornal Folha de S.Paulo. Para seus aliados, no entanto, a declaração da presidente evidenciou o trabalho de forma unitária estimulado pelo PT.
Um movimento pela candidatura do ex-presidente parte de setores aliados insatisfeitos com a gestão atual. A pressão ganhou força com a queda de popularidade de Dilma após os protestos nas ruas. Questionada sobre o tema, a presidente respondeu que ela e Lula são "indissociáveis":
– Esse tipo de coisa não gruda, não cola. Falar em "volta, Lula" e tal... Eu acho que o Lula não vai voltar porque ele não foi.
O presidente do PPS, Roberto Freire, disse que a petista "apenas reconhece sua nulidade" e se "autodefine como marionete". Para o presidente do DEM, José Agripino Maia, o recado de Dilma foi "claríssimo":
– Os erros que estão levando às manifestações nas ruas não são só dela, são dos dois governos do PT.
Número de ministérios não deve ser reduzido
Na base governista da Câmara, as afirmações da presidente tiveram boa acolhida. Para o vice-presidente da Casa, André Vargas (PT-PR), aqueles que falam na volta do ex-presidente Lula não compreendem o PT, Lula e Dilma.
Líder da bancada do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ) afirmou concordar com Dilma:
– Realmente, não pode existir o "volta, Lula" porque ela (Dilma) é uma consequência do Lula. Um fracasso de seu governo seria um fracasso do Lula.
Na entrevista, Dilma disse que não cogita reduzir o número de ministérios. Na sua avaliação, essa medida não diminui gastos do governo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, cuja saída do ministério é cogitada há algumas semanas, teve sua permanência garantida pela presidente. Com um forte discurso de defesa da política econômica do governo, afirmou que a inflação está "cadente" e o desemprego, sob controle.
Sobre os protestos, disse que não ficou assustada e que houve uma reação emocional rápida das pessoas à violência policial. A presidente voltou a defender a necessidade de uma reforma política e que esse tema seja discutido em um plebiscito, já que reconhece a dificuldade de o atual Congresso levar o tema adiante.
Fonte: Zero Hora (RS)
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