Marcelo Portela
BELO HORIZONTE - Criticada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), que a acusa de assumir sua "mineiridade" apenas na campanha eleitoral de 2010, a presidente Dilma Rousseff cometeu ontem uma gafe em evento oficial em Belo Horizonte. Ao cumprimentar as autoridades presentes na formatura de 2,6 mil alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), Dilma trocou a capital mineira, onde nasceu, pela gaúcha, onde iniciou sua atividade político-partidária.
"Queria cumprimentar nosso prefeito de Porto Alegre, Marcelo Lacerda", disse, para visível embaraço do chefe do Executivo de Belo Horizonte, filiado ao PSB. Nos mais de 24 minutos do discurso, a presidente não corrigiu o deslize e apenas ao terminar sua fala deu um abraço em Lacerda.
A origem mineira da presidente já rendeu várias trocas de farpas entre ela e Aécio, que governou Minas por dois mandatos e tem no Estado - segundo maior maior colégio eleitoral do Pais -seu principal reduto político. Em evento na segunda-feira, o senador, provável candidato tucano à Presidência em 2014, criticou Dilma por ela ter feito discurso em São João del-Rei na semana passada de costas para uma estátua do avô e ex-presidente Tancredo Neves. "Essa é uma pátria, a pátria mineira, que valoriza símbolos e gestos. Discursar de costas para Tancredo em Minas é discursar de costas para a democracia, a liberdade."
No segundo compromisso em Belo Horizonte, Dilma fez clara referência à fala do tucano: "Em Minas Gerais há algumas pessoas que dizem que eu não sou mineira", disse na inauguração do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) na capital
"Acho interessante falar em "nós mineiros*, porque a ditadura me tirou de Minas Gerais. E aí eu fui acolhida no Rio Grande do Sul", disse, "Sou essa mistura e essa mistura tem um ponto de partida que é essa Praça da Liberdade. Em todos os sentidos (...) Nós soubemos sempre o valor dessa palavra (liberdade)", completou a presidente, pouco depois de dar um passeio a pé pela praça onde está situado o CCBB, No seu discurso, Dilma não citou Aécio.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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