“O deslocamento da razão política pelas artes calculadoras da economia, resultado a que chegamos quase sem sentir, embalados pelo pragmatismo sem princípios que se fez dominante, deixou em sua esteira uma consequência nefasta: a ruptura com a cultura política que medrou nas lutas pela democratização do País e se encorpou no processo constituinte da Carta de 88. Aquele foi um tempo de reflexão e de tomada de decisões acerca de sob que instituições deveríamos viver, quando decidimos que nossa democracia política deveria combinar as formas de representação com as de participação, criando, a fim de efetivar esta última, um rico repertório, indo do controle de constitucionalidade das leis por provocação de entidades da sociedade civil aos conselhos, entre outros, os de saúde e os de educação, em que a vida social se deveria fazer presente.”
Luiz Werneck Vianna, professor-pesquisador da PUC-Rio. In “Razões para um mundo fora do eixo”. O Estado de S. Paulo, 25/8/2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário