Por mais que o petismo diga que Marina Silva não mete medo, a candidata verde passou a preocupar, sim, os responsáveis pela missão de reconduzir Dilma Rousseff a um segundo mandato.
Seus recentes movimentos na direção de economistas como André Lara Resende, um dos pais do Plano Real, deixaram desconfiados estrategistas da dona do Planalto.
Sua entrevista na Folha deveria, por sinal, ser levada em conta pela tropa da presidente como sinalizador do que pode ter pela frente, além do que já considera sabido.
Como segunda colocada nas pesquisas, posição conquistada por influência dos recentes protestos de rua, Marina não hesitou em criticar atos que extrapolam os limites da desobediência civil aceitável. Não foi dúbia. Foi bem assertiva.
Algo que, na avaliação de alguns petistas graúdos e lulistas, a atual mandatária do país não foi até aqui. Pelo contrário, dizem eles, Dilma teria deixado a desejar neste ponto.
O risco, no momento, é acreditar, com certo alívio, que o problema não é mais do Executivo. Dado que, agora, os protestos são contra os governadores do Rio e de São Paulo.
Nada mais perigoso. O clima de baderna fere a todos, em maior ou menor grau. Como um assessor presidencial admitiu, investidores estrangeiros postergaram investimentos por causa dos protestos.
Seria péssimo que isso continuasse a ocorrer quando se aproximam os leilões de concessões de rodovias e aeroportos, vitais para o país sair do crescimento medíocre.
Enfim, Marina hoje não é a principal dor de cabeça da presidente, mas mostrou potencial para virar. Seus problemas reais estão na economia, com dólar em disparada, e no Congresso, com ameaças de derrubada de vetos nesta semana.
Áreas em que Dilma precisa restaurar sua autoridade e credibilidade. Justo dizer que deu os primeiros passos, mas falta mais. Para não colecionar derrotas e semear riscos.
Fonte: Folha de S. Paulo
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