Ex-presidente culpou ‘força petista’ pela falta de diálogo entre os partidos
Lino Rodrigues
SÃO PAULO - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) considerou positivo a formação de pacto político entre os pré-candidatos à Presidência da República, o senador tucano Aécio Neves, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), visando as eleições de 2014. FH — que participou ontem, em São Paulo, de seminário temático pelos 10 anos do Tucanafro, secretariado da militância negra do PSDB — aproveitou para chamar a também candidata Marina Silva (Rede) para uma conversa. Ele ainda culpou a “força do petismo” pela falta de diálogo entre os partidos.
— Eu não sei realmente o que significa isso, e se é realmente um pacto. Acho que é positivo para o Brasil que eles (Aécio e Campos) conversem. Acho até que é lamentável que o Brasil tenha ficado, por força do petismo, nessa posição de não aceitar conversar com os outros, como se os outros fossem inimigos. Isso é muito antidemocrático. O certo é conversar. Acho muito bom e gostaria muito que a Marina (Silva) também conversasse — disse Cardoso, salientando que a presidente Dilma Rousseff, em vez de brigar, poderia conversar mais com os brasileiros:
- Eu, no lugar da presidente Dilma Rousseff, com a situação que o Brasil está, estaria fazendo um apelo para os brasileiros, em vez de estar fazendo briga entre os brasileiros — criticou ele.
Questionado sobre a possibilidde de dividir o palanque com o PSD, disse ser favorável se for feito um acordop nesse sentido. Mas lembrou que o governador Eduardo ainda não confirmou sua candidatura.
- Se for feito um acordo nesse sentido (dividir palanque), sou favorável. Mas ainda não sei se o Eduardo Campos vai ser candidato, ele ainda não confirmou. Eu gostaria que ele fosse. Porque nós precisamos ter vários pontos de vista no Brasil. O Eduardo foi um bom governador, um homem que eu gosto, tenho relação com a família dele, sobretudo com a Violeta, a tia dele, que é íntima nossa, gente que conheço e confio. Eu achei muito bom que ele possa discutir e vejo com alegria a candidatura dele.
O ex-presidente também comentou a possibilidade do partido realizar prévias para satisfazer José Serra, embora oa maioria do PSDB se inclina para Aécio e o ex-governador de São Paulo não tenha falado a ele, nem a ninguém, que é candidato
- Serra é uma pessoa que merece o nosso respeito e consideração. Ele está, naturalmente, buscando um espaço para ele. O partido tem que entender isso, não há nenhuma razão para ter qualquer reação negativa quanto a isso. O processo é democrático. Se for o caso, se faz uma prévia. Ele tem uma história, foi um grande governador, um gde ministro, um líder. O partido não pode simplesmente pegar seus líderes e não levá-los em consideração. Isso está errado avalio FH, lembrando que o partido sempre deu apoio a Serra e todas “as possibilidades de sua vida.
- Ele (Serra) foi candidato a muitas coisas e teve apoio integral e sempre foi muito considerado.
Sobre a comemoração do governo com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos as riquezas do país, que registrou alta de 1,5% no segundo trimestre do ano, o ex-presidente disse que também comemorou. Afinal, disse ele, quem não comemoraria uma melhora, depois de um período ruim.
— Eu também comemorei. Qual é o brasileiro que não fica feliz quando melhora? Está tão ruim, que é bom melhorar um pouco.
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário