terça-feira, 24 de setembro de 2013

PSB interpreta nota petista como ultimato

PT diz que 2014 confrontará dois projetos e espera ter socialistas ao lado

SÃO PAULO  e BRASÍLIA - A Executiva Nacional do PT divulgou ontem uma nota sobre a saída do PSB do governo federal em que afirma que a eleição do próximo ano, "tanto no primeiro quanto no segundo turno, colocará os partidos em dois campos distintos: um deles representado pelos avanços promovidos pelos governos de Lula e de Dilma, e outro, representado pelos governos hegemonizados pelo PSDB, DEM e PPS. Nesse sentido, esperamos que o PSB se mantenha ao lado do projeto de mudanças que estão em curso no país."

Se o desejo dos petistas era esfriar a disputa com os socialistas, o efeito acabou sendo o contrário. O PSB entendeu a nota como um ultimato.

— O PSB, desde sua criação, sempre se opôs à hegemonia, autoritarismo e ao bipartidarismo, pois isso reproduz o Estado Novo e a ditadura militar — reagiu o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, aos aliados, ao saber da nota.

— O PT fez um risco no chão e disse: deste lado está minha mãe e do outro lado você. Chamaram para a briga — disse um dos interlocutores mais próximos de Campos.

Na reunião da Executiva, o PT decidiu que não fará nenhum movimento para abandonar os cargos que ocupa em cinco governos do PSB pelo país (Espírito Santo, Piauí, Pernambuco, Ceará e Amapá).

— Nós não vamos procurar ninguém. Até porque os cargos nos governos sempre estão à disposição — disse o presidente do PT, Rui Falcão.

Na semana passada, o PSB entregou os ministérios da Integração Nacional e dos Portos, além de cargos de segundo escalão, mas decidiu permanecer, por enquanto, nos governos estaduais do PT.

Fonte: O Globo

Nenhum comentário: