No Facebook e em discurso no Piauí, governador condena falta de concorrência na disputa e sugere que dinheiro não será usado para saúde e educação
TERESINA e RECIFE - Um dia depois de o PT anunciar que vai se retirar das administrações do PSB, o governador Eduardo Campos voltou a criticar o governo Dilma. Na sua página do Facebook, o presidenciável questionou o resultado do leilão de Libra. "Acho que todos brasileiros e brasileiras viram com muita decepção, ontem, uma área gigante do pré-sal, o campo de Libra, ser leiloado pelo preço mínimo e sob um processo pouco debatido com a sociedade", escreveu. Também sugeriu que o modelo precisa ser mais bem avaliado: "O modelo precisa ser aperfeiçoado para haver disputa. Sem disputa, as empresas vão sempre oferecer o preço mínimo, o que não é bom para o Brasil. O petróleo do pré-sal não pode ser vendido a preços aviltados pela falta de concorrência", disparou.
O discurso foi reforçado em Teresina, onde Eduardo recebeu o título de cidadão piauiense concedido pela Assembleia Legislativa do Piauí. O governador disse que o dinheiro da venda da área de Libra vai compor a questão fiscal (superávit fiscal) e não será, necessariamente, destinado para saúde e educação, como foi determinado pelo Congresso Nacional.
O leilão da área de Libra vai dar um reforço de R$ 15 bilhões ao caixa do Tesouro Nacional para o fechamento das contas de 2013. O valor corresponde ao bônus de assinatura que deverá ser pago pelo consórcio vencedor do leilão em 30 dias e representará uma receita equivalente a 0,31% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no País). Com o recurso, eleva-se assim o superávit fiscal primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) para 2,1% do PIB, mais próximo do esforço prometido pela equipe econômica (2,3% do PIB). Até agosto, o primário acumulado em 12 meses estava em apenas 1,82% do PIB.
Segundo Eduardo, em relação aos recursos que serão pagos, fica a impressão de que o dinheiro do petróleo "que deveria ser usado para melhorar a sociedade brasileira como um todo, pode ser mal utilizado e terminaria não deixando um legado para as futuras gerações".
"A impressão que a gente fica é que ele (royalties) não irá para educação e saúde. A gente percebe que o dinheiro vai terminar compondo a questão fiscal dura que o País atravessa. Isso nos preocupa", disse Eduardo.
O prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), recebeu Eduardo Campos no Aeroporto Petrônio Portella, alegando ser amigo do governador de Pernambuco desde que estudou economia no Recife (PE).
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
Um comentário:
Como sói acontecer quando há corrupção nos processos licitatórios os tubarões do grande capital combinam entre si lotear o que está sendo oferecido em licitação. Se no próximo leilão de outra fatia do pre-sal o consórcio ganhador arrematar pelo preço mínimo e o mesmo acontecer com a terceira fatia do pre-sal, fica muito clara a possibilidade de formação de cartel.
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