Daniela Garcia
Com o partido rejeitado pela ex-senadora Marina Silva, o presidente do PPS, Roberto Freire, afirmou ontem que a filiação dela ao PSB, encabeçada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, "é um grande equívoco". Até o fim da manhã de ontem, Freire tentou convencê-la a ser candidata às eleições presidenciais de 2014 pelo PPS, mas foi vencido diante da musculatura do partido de Campos, que conta com mais tempo de propaganda na tevê e maior volume de recursos do fundo partidário.
Com o ingresso de Marina no PSB, o presidente do PPS avalia que haverá um enfraquecimento da oposição frente à campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, o cenário político seria mais diverso se Eduardo Campos e a ex-senadora entrassem na disputa pelo Palácio do Planalto em legendas diferentes. "Hoje, abdicar de uma candidatura no campo da oposição é um grande equívoco. No primeiro turno é importante que se ofereça pluralismo à sociedade", defendeu.
Marina confirmou, na tarde de ontem, que deve ser candidata à vice-Presidência na chapa de Campos. Para Roberto Freire, a "dobradinha" representa uma perda na disputa eleitoral. "Mas o PSB só pode ter um candidato e, com a filiação de Marina, perdemos um candidato no campo da oposição. O Eduardo é um grande nome, mas não se pode abrir mão de Marina", afirmou. Na corrida pelo Planalto em 2010 , a ex-senadora conseguiu cerca de 20 milhões de votos. Nas últimas pesquisas eleitorais, Marina foi apontada como segunda colocada atrás de Dilma Rousseff.
Antes mesmo do fracasso da criação da Rede Sustentabilidade, legenda idealizada pela Marina, o PPS já havia oferecido a vaga a Marina. "O convite não foi para atender os interesses do PPS ou de Marina. Foi pela sociedade brasileira, e Marina é uma alternativa para a cidadania", argumentou Freire. O presidente do PPS deixou claro também que irá respeitar a decisão da ex-senadora, mas avaliou que, do ponto de vista estratégico, era melhor ter vários candidatos de oposição. Lembrou, inclusive, que foi por esse motivo que o partido tentou convencer o tucano José Serra a se lançar.
Com a filiação da ex-senadora ao PSB, Freire adiantou que o PPS não vai fechar nenhuma aliança em apoio ao projeto de Marina e Eduardo Campos. "O PPS continua o seu projeto de buscar alternativas para a disputa de 2014. Não sou pessimista. Até porque esse governo (do PT) é tão incompetente que a sociedade dará uma resposta nas urnas. 2014 será o ano da mudança", disse.
"Com a filiação de Marina, perdemos um candidato no campo da oposição. O Eduardo é um grande nome, mas não se pode abrir mão de Marina"
Roberto Freire, presidente do PPS
Fonte: Correio Braziliense
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