Estratégia é fazer com que a presidente Dilma Rousseff trate o governador sem alarde, mantendo polarização com o PSDB
Bruna Serra
A decisão da presidente Dilma Rousseff (PT) de cumprir agenda em Pernambuco no final de 2013 foi planejada para ser o início de uma estratégia política desenhada para durar até o término do período de pré-campanha, em meados de junho. Pensada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo consultor de marketing eleitoral João Santana, a ideia é tratar o governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB) sem alardes. A ideia é não lhe oferecer o mesmo tratamento dispensado antes da decisão de deixar a base do governo, nem como adversário. Aos petistas, interessa manter a polarização histórica com o PSDB do senador e pré-candidato Aécio Neves.
A presidente Dilma Rousseff foi, então, orientada a "dar ao governador a dimensão que ele tem", segundo revelam interlocutores. Nos bastidores, a determinação é que os petistas pernambucanos atuem de forma a explorar o perfil "irritadiço" de Campos. A cúpula do Partido dos Trabalhadores se manterá diplomática, mas sem qualquer afago ao socialista. Com isso, o PT espera diminuir o impacto das declarações de Eduardo Campos contra o governo.
Sendo assim, não se verá a ministra-chefe da Casa Civil, Gleise Hoffmann, dar respostas a qualquer declaração de Eduardo Campos, como já ocorreu neste fim de ano.
Na última terça-feira (17), durante o evento no Complexo Portuário de Suape, Dilma não deu "trela" a Campos. Limitou-se a citar seu nome de maneira institucional, sem qualquer menção ao trabalho desenvolvido pelo PSB em Pernambuco ou a parceria de ambos quando aliados. O governador optou por um discurso mais político, alertado ao estafe do governo federal que vai empunhar a bandeira do "fazer mais e melhor".
No dia seguinte, em entrevista à Rádio Jornal, a presidente Dilma Rousseff chegou a citar a primeira-dama do Estado, Renata Campos, como uma pessoa que "gosta muito". Renata - ao contrário do previsto - não compareceu ao evento em Suape. Sua assessoria informou que está na reta final da gravidez, por isso preferiu evitar a maratona.
O outro lado
Eduardo Campos segue a estratégia de criticar o governo federal, mas evidenciou na terça-feira que não irá polemizar com o ex-presidente Lula quando o citou em seu discurso como um "grande brasileiro". Petistas afirmam que existe a possibilidade de Dilma Rousseff voltar a Pernambuco no início de 2014, o que a levaria a protagonizar outro encontro com Campos ainda como governador, visto que ele garante que só deve se desincompatibilizar da gestão no final de abril.
Fonte: Jornal do Commercio (PE
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