Provável candidato à Presidência, governador de Pernambuco deverá ter o apoio da pequena CTB no ano que vem
João Domingos e João Villaverde
BRASÍLIA - Enquanto a Força Sindical se aproxima de Aécio Neves (PSDB) e o governo federal conta com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), vai se empenhar em atrair o maior número possível de sindicatos para sua provável candidatura em 2014.
De forma direta, o PSB conta com dirigentes nacionais da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), que tem cerca de 700 sindicatos e 700 mil filiados e é controlada pelo PC do B. A estratégia de Campos, segundo lideranças sindicais, está clara: tentará garantir o apoio maciço da CTB, evitar que a União Geral dos Trabalhadores (UGT) apoie a reeleição da presidente Dilma Rousseff, e ganhar a simpatia da governista CUT.
Assim, ao contrário do que ocorreu na eleição de 2010, quando o movimento sindical apoiou majoritariamente a candidata Dilma Rousseff, no ano que vem haverá uma divisão das centrais sindicais, com apoio distribuído para os três principais candidatos. "A grande novidade é que a presidente Dilma Rousseff não terá mais a unanimidade do movimento sindical ao seu lado", adverte o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força.
"Está tudo rachado", resumiu Paulinho. Presidente nacional do Solidariedade (SDD) e figura influente na Força Sindical, ele garante que essa entidade está "quase inteira" com Aécio, embora Eduardo Campos tenha apoio dos sindicalistas da central na Bahia e em Pernambuco.
O caminho de Campos na UGT é mais simples, embora ele tenha de enfrentar a grande influência, no grupo, do ex-prefeito Gilberto Kassab, que está com Dilma. Dois vice-presidentes da UGT são filiados ao PPS, que declarou apoio a Campos e Marina Silva, rompendo uma aliança histórica com o PSDB e o DEM.
Bandeiras. A Força Sindical tem entre suas bandeiras principais, além da redução da jornada de trabalho, o fim do fator previdenciário, que reduz as aposentadorias dos que recebem acima de um salário mínimo de benefício. O PSB também defende a revisão do fator previdenciário.
"Esse é um assunto que tem de ir para a mesa de negociação. O trabalhador não pode bancar a conta sozinho, enquanto o governo desonera setores da produção e a folha de pagamento e deixa tudo nas costas dos peões", afirmou o líder do PSB, deputado Beto Albuquerque (RS). Para o deputado tucano Marcus Pestana (MG), um dos coordenadores da campanha de Aécio Neves, é importante contar com o movimento sindical ao lado do candidato, mas é preciso ter o cuidado de não aparelhar as centrais. "Não fazemos como o PT, que transforma os sindicatos em aparelhos do partido", afirmou ele.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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