Laura Maia, Beatriz Bulla e Artur Rodrigues
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), fez ontem elogios ao PSB e à ex-ministra Marina Silva ao afirmar que ainda não é o momento de se definir alianças para a disputa estadual. Seu provável adversário na eleição de outubro, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), disse que já se mudou para capital paulista e que vai deixar a pasta até o fim do mês.
Por um veto de Marina, Alckmin, que concorrerá à reeleição, está ameaçado de não contar com o apoio do PSB, partido que integra formalmente seu governo. Antes de a ex-ministra se filiar ao partido do presidenciável Eduardo Campos, o PSB paulista negociava uma aliança com os tucanos. Marina e aliados da Rede Sustentabilidade - sigla que tentou criar, mas não conseguiu o registro no Tribunal Superior Eleitoral - defendem uma candidatura própria em São Paulo.
O presidente estadual do PSB, deputado federal Márcio França, continua defendendo o apoio a Alckmin. Durante agenda no Palácio dos Bandeirantes, o governador destacou a participação do PSB desde o início de sua gestão. "O deputado federal Márcio França fez um bom trabalho organizando a Secretaria de Turismo", destacou.
Sobre Marina, Alckmin afirmou ter um grande apreço e admiração pela ex-ministra do Meio Ambiente. "Fiquei até preocupado quando não saiu a Rede, que ela ficasse fora do processo político", disse.
Questionado sobre a posição de Marina contrária à aliança entre PSB e PSDB no Estado, ele desconversou, afirmando "quaisquer que sejam as decisões, serão respeitadas". "Essas questões de alianças são o final do processo. Primeiro você define candidaturas, discute propostas, amadurece. Por último, está o fechamento de alianças partidárias."
Mudança. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, provável candidato do PT ao governo do Estado, também cumpriu agenda na capital paulista, onde já fixou residência.
"Já fiz mudança para São Paulo, já trouxe as coisas que estavam em Brasília de volta para a minha casa", afirmou o petista em seu primeiro evento de 2014 - ele inaugurou a Rede Hora Certa no bairro da Lapa, na zona oeste da cidade.
Segundo Padilha, a presidente Dilma Rousseff avisou os ministros que irão concorrer nas eleições deste ano que deverão deixar suas pastas ainda em janeiro. "Desde a reunião do dia 2 de novembro eu me preparei para sair ao longo do mês de janeiro", afirmou.
O ministro negou que tenha começado um regime visando a futura campanha eleitoral. "Sou ministro da Saúde, é meu papel e responsabilidade fazer exercício físico, ter hábitos saudáveis. O único regime que eu tenho é de andar muito, de trabalho", brincou.
Padilha disse que, à frente do Ministério da Saúde, ainda está focado neste mês na continuidade do programa Mais Médicos, que deverá ser a sua principal bandeira na eleição. Ao lado do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), Padilha enalteceu a gestão do petista na capital dizendo que o programa Hora Certa foi uma "ideia inovadora" para o Sistema Único de Saúde (SUS). Ele reiterou ainda que a cidade de São Paulo ampliou a parceria com o governo federal na área da saúde durante a atual gestão.
Neófito em eleições, a exemplo de Haddad, o ministro da Saúde é a aposta do PT e principalmente do grupo ligado ao ex-presidente Lula para tentar vencer o domínio de duas décadas do PSDB no Estado.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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