Mesmo após oito elevações das taxas de juros, a carestia continua forte e reduz os índices de aprovação do governo. A expectativa dos analistas é de o IPCA superar o teto da meta, de 6,5%,entre junho e julho
Deco Bancillon – Correio Braziliense
A inflação voltou a ser motivo de preocupação para a presidente Dilma Rousseff, que tem assistido à queda da aprovação do seu governo na mesma intensidade do crescente mau humor do eleitorado com a disparada dos preços. Mesmo após oito elevações consecutivas nos juros básicos, que sobem sem parar desde abril de 2013, o custo de vida resiste a ceder. A última vez que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou no centro da meta anual de inflação, de 4,5%, foi em agosto de 2010. Nos últimos três anos, em 20 meses, o índice ficou acima de 6% ao ano. Para analistas, os maus resultados podem tirar votos de Dilma na campanha pela reeleição.
Pior do que isso. Também os empresários, assustados com a elevação sistemática dos custos, têm pisado no freio e engavetado projetos de investimento. Sem a ampliação das fábricas e as obras necessárias para destravar a infraestrutura e os gargalos logísticos do país, a economia empacou. A média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no governo Dilma é de 2%, o pior desempenho em 20 anos.
Para 2014, a expectativa é de um resultado ainda mais frustrante: 1,69%, segundo projeções de analistas do mercado financeiro na mais recente pesquisa Focus, divulgada ontem pelo Banco Central. “Infelizmente, o governo jogou o país numa armadilha de baixo crescimento”, disse o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa. “Sem investimentos produtivos, nós ressuscitamos uma série de gargalos logísticos, o que afeta a competitividade das empresas”, assinalou.
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