Daniela Lima, Gustavo Uribe e Gabriela Terenzi – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Os tucanos aproveitaram a convenção estadual do partido, que oficializou a candidatura do governador Geraldo Alckmin à reeleição, para subir o tom contra o PT e o governo Dilma.
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, insinuou neste sábado (29), durante discurso na convenção, que o PT assumiu o governo federal para fazer seus dirigentes ascenderem economicamente.
"Infelizmente, a vitória para eles não significou apenas uma oportunidade de exercer um projeto de poder, mas a possibilidade de ascensão econômica", afirmou.
Aécio defendeu a reeleição de Alckmin, a quem fez elogios, mas deu tom nacional ao seu discurso. Disse que o PT vai "colher nas urnas o que plantou": "a repulsa" do povo brasileiro.
O tucano defendeu a unidade do partido, após impasses sobre quem seria o candidato do PSDB de São Paulo ao Senado.
Em maio, Serra manifestou disposição em disputar o Senado ou uma cadeira na Câmara. Na última semana, no entanto, o governador Geraldo Alckmin ofereceu a vaga de senador ao PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab, que acabou fechando aliança com o PMDB de Paulo Skaf.
Houve reação de líderes do partido, que defendiam Serra como o nome para o posto. O impasse em torno da vaga, porém, levou Serra a optar por disputar uma vaga na Câmara.
"A partir de agora, somos um só corpo, uma só alma", afirmou Aécio.
O deputado Márcio França (PSB), candidato a vice-governador na chapa de Alckmin, defendeu a chapa formada com os tucanos, fruto de "muitas conversas", e fez uma crítica velada ao PSD.
"Que bom que nós conseguimos purificar a nossa canoa. Porque na nossa canoa havia gente que não cabia direito nesse padrão. Que bom que escolheram outros caminhos. Vão se sentir melhor por lá certamente", alfinetou França.
O ex-governador de São Paulo José Serra, em seu discurso, acusou o PT de fazer uma "pregação terrorista" contra a oposição porque, segundo ele, não tem mais o que oferecer ao país.
De acordo com Serra, no "desespero", o partido adentrou em "terras perigosas" e recorrido ao discurso da intolerância.
Para ele, o PT nunca foi uma sigla "socialista" ou de "esquerda", é um "partido autoritário e que manipula os interesses do país.
Já o presidente do PSDB paulista, o deputado federal Duarte Nogueira,criticou adversários do governador Geraldo Alckmin que, na disputa pelo governo de São Paulo, propõem ser governos de mudança.
"São Paulo não tem espaço para laboratórios. Laboratórios do PT e dos nossos adversários", disse.
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