Renata Batista – Valor Econômico
RIO - Os dois líderes das pesquisas na disputa para a Presidência da República terão campanhas independentes dos candidatos ao governo estadual no Rio de Janeiro. Enquanto a presidente Dilma Rousseff (PT) deve priorizar eventos fechados, Aécio Neves (PSDB) deverá buscar maior contato com os eleitores. É o que dizem o coordenador da campanha do PT no Estado, Adilson Pires, e o presidente do PMDB fluminense, Jorge Picciani, que lidera o movimento regional de apoio a Aécio.
Hoje, o tucano virá ao Rio para agenda no município de Queimados, na Baixada Fluminense. Deve caminhar pelo calçadão do centro comercial do município. Será acompanhado do prefeito, Max Lemos, do candidato da coligação ao Senado, Cesar Maia (DEM), e do senador Francisco Dornelles, que assumiu, no sábado, a vaga de vice na chapa do candidato do PMDB, o governador Luiz Fernando Pezão.
O governador - que declarou apoio à presidente Dilma - não participará do evento. Picciani, que pretende realizar de 10 a 15 ações como essa no Estado ao longo do primeiro turno, defende que essa seja a estratégia durante todo o período. "O Pezão vai tocando a vida dele. Nesse momento, a prioridade é duplicar as agendas", diz Picciani.
Na avaliação do presidente regional do PMDB, a divisão do palanque dos partidos da coligação em torno de Pezão, no Rio, não é ruim nem para Aécio nem para Pezão. Avalia que ambos têm objetivos semelhantes. "Eles têm o mesmo desafio: tornarem-se mais conhecidos. Quanto mais organizado for esse movimento, melhor para os dois", completa.
No PT, Adilson Pires participou na terça-feira, em Brasília, de reunião realizada com o presidente do partido, Ruy Falcão, e outros coordenadores estaduais. Pires defende que os esforços da presidente como candidata no Estado sejam concentrados em movimentos sociais organizados. Segundo ele, os candidatos ao governo estadual aliados poderão propor iniciativas conjuntas, mas dependerão da disponibilidade da presidente.
"Vamos levantar as datas disponíveis para o Rio, mas devemos apostar nas iniciativas como os movimentos da sociedade civil. As agendas com candidatos vão depender da capacidade de proposição deles", afirma.
No Rio, a presidente Dilma conta com quatro candidatos aliados. Dois partidos oferecem palanques exclusivos - o PR, de Anthony Garotinho, e o PRB, de Marcelo Crivella. No PMDB, existe o movimento de apoio a Aécio, o já batizado de Aezão (Aécio + Pezão). Já o PT, cujo candidato é o senador Lindbergh Farias, firmou coligação com o PSB, de Eduardo Campos, que terá como candidato a senador o deputado federal e ex-jogador de futebol Romário. Nesse cenário, Pires diz que não defenderá uma agenda forte de rua para a candidata-presidente. "Não vou propor aperto de mão. Teremos as mídias sociais, a TV e uma agenda forte com os movimentos sociais", diz.
Já na TV, ele acredita que Dilma deverá aparecer mais na propaganda do próprio partido, ao lado de Lindbergh. "Ter quatro palanques é um ativo. Nenhum outro Estado oferece isso. Não pode virar um problema", frisa.
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