André Guilherme Vieira
SÃO PAULO - O governador de São Paulo e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou ontem que a derrota vexatória sofrida na terça-feira pela seleção brasileira, abatida por 7 a 1 pela Alemanha no Mineirão, em Belo Horizonte, não influenciará a disputa eleitoral: "Não tem nada a ver com a eleição, nada, nada, nada. Claro que está todo mundo triste, mas o povo separa muito as coisas", disse ao deixar o velório do ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio, realizado durante a manhã na paróquia São Domingos, no bairro das Perdizes, em São Paulo.
Perguntado sobre a possibilidade de a goleada alemã resgatar o clima de animosidade e pessimismo manifestado antes da Copa do Mundo, Alckmin disse que não acha que isso vá acontecer: "Quando é que o Brasil ganhou a última Copa? Em 2002. E o presidente quem era? O Fernando Henrique. E perdeu a eleição. Então o Brasil ganhou a Copa e [o PSDB] perdeu a eleição", afirmou. "O povo separa muito bem a questão política, eleitoral, da questão futebolística. Claro que você tem um momento de ressaca, de tristeza. Mas isso passa. Eleição é daqui a três meses", avaliou o governador paulista.
Já o candidato do PSDB ao Senado por São Paulo, José Serra, afirmou que é preciso aguardar para saber se a humilhante goleada sofrida pelo Brasil contra a Alemanha terá desdobramentos no campo político: "Sem dúvida [há um clima de luto]. Agora, qual é a tradução política disso? Não sei. Vamos ver nos próximos dias e semanas. É difícil prever", disse. "Você pode fazer hipóteses. Mas eu não vou ficar aqui fazendo hipóteses, porque fatalmente serão confundidas com desejos, né?", justificou.
Questionado se caberia uma comparação entre o criticado meio de campo da seleção brasileira e a política econômica do governo Dilma Rousseff, Serra opinou que a analogia não pode ser feita: "Olha, não dá, porque nem tem meio campo. E eu não posso dizer que não tem uma política econômica. Nós jogamos um campeonato mundial de futebol sem ter meio de campo. Que é um fenômeno incrível", considerou. "Agora, a Alemanha está muito bem, né? Quando você perde uma luta não é só por suas falhas. Tem também de levar em conta o adversário. Mas a nossa fraqueza foi exagerada", opinou o candidato tucano ao Senado, logo após deixar o velório de Plínio.
Para Serra, que já criticou duramente Luiz Felipe Scolari quando este dirigia o Palmeiras, não se pode culpar Felipão pela maior goleada sofrida pela seleção brasileira nos 100 anos de sua história: "É uma coisa que não deu certo. Garanto que não é pelas falhas do Felipão que perdemos de 7 a 1", ponderou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário