domingo, 27 de julho de 2014

FH: ‘mal-estar’ aumentou chances de PSDB derrotar PT nas urnas

• Em entrevista à revista 'Isto É', o ex-presidente fez críticas à habilidade política de Dilma e disse que os tucanos estão unidos

- O Globo

RIO — O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista à revista “Isto É” publicada neste fim de semana, disse que aumentaram as chances de o PSDB derrotar o PT nas eleições presidenciais deste ano. Segundo ele, essa percepção, que ele avalia não existir há dois anos atrás, é resultado de um "mal-estar" no país provocado por escândalos de corrupção e erros na política econômica, entre outros problemas.

“Hoje, eu acho possível transformar esse mal-estar em algo que tenha consequência eleitoral”, declarou o ex-presidente, elogiando a capacidade de articulação de Aécio Neves ("Aécio foi lá e fez"). O tucano fez duras críticas à gestão petista ao longo da entrevista. De acordo com FH, o governo petista persistiu no estímulo ao consumo e não olhou para outras questões. Sobraram críticas também para a habilidade política de Dilma: FH afirmou que, diferentemente de Lula, a presidente não sabe manejar o Congresso.

Na visão do ex-presidente, a pouca visibilidade da oposição pode ser um entrave na corrida eleitoral. Ele avalia que ações no Congresso, como discursos, apresentam pouca repercussão nos dias de hoje.

"Quando eu era senador, meus discursos eram publicados na íntegra nos jornais. Isso não acontece mais", afirmou. Para FH, "foi-se perdendo o elo entre o Congresso e a sociedade", e o mesmo tipo de fenômeno se aplica à UNE e aos sindicatos.

Ainda sobre eleições, FH disse que as eleições deste ano trouxeram a superação de um "grave problema" da desunião característica de disputas presidenciais anteriores. Ele afirmou que o PSDB, desta vez, está unido.

Petrobras: FH critica gestão de Lula
Na área econômica, o ex-presidente criticou a insistência da gestão petista no estímulo ao consumo em detrimento da ênfase no desenvolvimento econômico do país, por exemplo. Ele avalia que o governo demorou a entender a importância de ter capital público e privado para reativar o investimento. “Houve certa desatenção, não muito grave, à pressão inflacionária”, afirmou.

Já “na política monetária, por exemplo, o PT pode ter errado aqui e ou ali, mas não mudaram o que vinha sendo feito”, declarou. FH também se defendeu de acusações de que, durante seu governo, teve a intenção de privatizar a Petrobras. “Sempre lutamos para tirar qualquer partido de dentro das empresas. A Petrobras, por exemplo. Nunca pensamos em privatização. É mentira”, explicou, dizendo que a proposta era a mesma para a Caixa Econômica e o Banco do Brasil. Ainda sobre a estatal, afirmou que Dilma está sofrendo as consequências do que ele considera uma ingerência partidária nas estatais.

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