• Para o ex-governador de SP, a corrida presidencial vai engrenar quando começarem as propagandas na TV
Juliana Castro – O Globo
RIO — Candidato ao Senado por São Paulo, o ex-governador José Serra (PSDB) disse nesta terça-feira que não é possível ainda fazer uma avaliação do andamento do presidenciável tucano, Aécio Neves, porque a campanha está no aquecimento. O tucano lançou no Rio seu livro "Cinquenta anos esta noite", em que fala sobre as origens e os desdobramentos do golpe militar de 1964, quando era presidente da UNE.
— Ainda não dá para avaliar (como está a campanha de Aécio). Campanha eleitoral a gente vai avaliar depois que começar o horário eleitoral. Por enquanto, é só aquecimento — afirmou o tucano, que participará nesta quarta-feira de um evento na Firjan, no centro do Rio.
Em entrevista durante a sessão de autógrafos, Serra comentou ainda sobre o Produto Interno Bruto (PIB). O governo reduziu para 1,8% a previsão de crescimento do PIB em 2014. Até então o índice esperado era de 2,5%.
— Nenhuma surpresa. Que a economia brasileira está num processo de "estaginflação" está claro já há muito tempo. Dava para prever e aconteceu. Eu preferia ter errado a previsão que fiz há muitos anos a respeito do que iria acontecer depois de 2010 - declarou o ex-governador.
Serra disse que não vê uma causalidade direta entre economia e eleição, mas há fatores que influenciam:
— Acho que não há causalidade linear entre economia e eleição, mas é indiscutível que tem peso. Aí, não é o PIB. O PIB é um cálculo, o que vale é salário real, inflação, a combinação dessas variáveis que são políticas e econômicas. Emprego desacelerou, inflação em alta, rendimentos reais não crescem e vendas a varejo lá em baixo, essas são as quatro variáveis que mais influência tem na eleição. O governo perdeu muita a credibilidade, muito anuncio, muita propaganda, muita promessa e pouco cumprimento, e frustração. Isso pesa contra.
'Acho que não houve nada', afirma serra sobre caso de aeroporto
O ex-governador afirmou que não vê problemas na construção do aeroporto na cidade de Cláudio, em Minas. A obra foi feita em área que pertencia a um tio-avô de Aécio, segundo reportagem da "Folha de S.Paulo".
— Acho que não houve nada. Você pavimentar aeroportos no interior de repente bate na sua família, mas isso não significa que seja um proveito. Eu fui governador, não tenho familiares no interior e, se tivesse, provavelmente tinha passado perto. Se você faz um programa de aeroportos bom, isso não significa nenhuma questão de benefício.
Aécio não comparece ao lançamento do livro
O presidenciável Aécio Neves não compareceu ao lançamento do livro de Serra no Rio. Em São Paulo, o tucano já não tinha comparecido.
— Ele tinha programa em São Paulo - explicou Serra, dizendo que a forma que tem para ajudar Aécio é fazer sua campanha ao Senado junto com ele em São Paulo.
No debate do qual participou antes do lançamento do livro, no Leblon, na Zona Sul do Rio, Serra comentou a prisão de manifestantes determinada pela Justiça.
— Acho que as prisões são outra questão. Não acho que eles encaram nenhuma vanguarda de luta politica. Para ser sincero, não tenho acompanhado muito de perto — afirmou, dizendo que o Estado de Direito tem regras e uma pessoa não pode fazer tudo o que quiser.
O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga compareceu à livraria onde ocorreu o lançamento do livro, mas foi embora enquanto Serra ainda participava do debate. Também foram ao evento o deputado federal Otavio Leite (PSDB), o presidente do PSDB no Rio, Luiz Paulo, o ex-deputado Indio da Costa (PSD), que foi vice na chapa de Serra em 2010, além de outros tucanos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário