- Folha de S. Paulo
Dúvida atroz: será que Lula escapa incólume, sem um arranhão, da onda de rejeição a Dilma Rousseff e ao PT?
Se Dilma acumula 35% de rejeição nacional, 47% no Estado de São Paulo e estonteantes quase 50% na capital paulista...
Se o prefeito Fernando Haddad tem baixa aprovação e o candidato Alexandre Padilha patina em constrangedores 4 ou 5% nas pesquisas no maior colégio eleitoral do país...
Se o pemedebista Paulo Skaf não quer ouvir falar de Dilma em seu palanque paulista e o petista Fernando Pimentel a esconde em Minas...
Se, além de São Paulo, os candidatos petistas estão emperrados no Rio e demais Estados onde concorrem...
... conclui-se o óbvio: a coisa está feia não só para Dilma, que o PT tanto critica, mas para o próprio partido. Até porque, bem ou mal, ela continua favorita nas pesquisas.
E onde se encaixa Lula nisso? Uma dedução natural é que essa convergência de rejeições (à candidata e ao PT) deve atingir, mais cedo ou mais tarde, em maior ou menor grau, a popularidade do próprio Lula. Será?
Afinal, ele foi o inventor de Dilma, Haddad e agora Padilha, além de ser o grande líder do PT. Difícil imaginar que todos paguem o pato e ele continue mantendo a mítica intocável.
Vale o registro de que Lula adora futebol, mas a Copa começou, encantou e acabou, e não se viu nem ouviu falar de Lula em estádios ou em eventos da seleção brasileira.
O Lula de hoje é o das entrevistas a blogs camaradas, reuniões a portas fechadas com Dilma, articulações com a cúpula da campanha, assembleias da CUT. E, claro, dos auditórios protegidos e do aconchego dos ambientes do PT. Na campanha para valer, só deve ir ao Nordeste e a palanques pré-selecionados. Vai na boa, nada de bola dividida.
Ou está se descolando da rejeição (de Dilma e do PT) e se prevenindo de eventuais derrotas alheias, ou tem pesquisa mostrando que a coisa não anda boa também para o lado dele.
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