• Candidato do PSB afirma ainda que vê país a caminho do ‘atoleiro’, e promete botar ‘raposas’ Sarney, Renan e Collor na oposição
Flávio Ilha – O Globo
PORTO ALEGRE – O candidato do PSB à presidência da República, Eduardo Campos, manteve elevado o tom do discurso adotado nas primeiras semanas da campanha eleitoral e voltou ontem (quinta-feira) a atacar seus adversários.
Durante congresso de prefeitos em Porto Alegre, disse que as articulações políticas para manter a governabilidade da presidente Dilma Rousseff estão levando o país para o “atoleiro”. Em relação a Aécio Neves, candidato do que chamou de “oposição clássica”, afirmou que o senador já dá sinais de que também “vai se entregar à velha política”.
Com extensa agenda no Estado, que inclui roteiros nesta quinta-feira em Pelotas e Rio Grande, Campos prometeu que não vai governar com apoio do ex-presidente José Sarney (PMDB), do presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB), e nem do senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB), e disse que vai “botar aquelas raposas na oposição”.
- Não se iludam, essas raposas estão com o pé em duas canoas. Uma canoa da Dilma e outra canoa do Aécio. A Dilma quer governar com eles, o Aécio também quer governar com eles. Mas vocês vão ver pela primeira vez, nos últimos 20 anos, essas raposas sentarem nas cadeiras da oposição – afirmou.
O socialista também se referiu ao episódio da pavimentação de uma pista de pouso na cidade mineira de Cláudio durante o governo de Aécio Neves em Minas – o aeroporto fica nas terras de um tio-avô do candidato tucano à presidência.
- Mesmo que tardiamente, Aécio acertou ao reconhecer que errou (ao usar a pista). As pessoas devem ter humildade na vida pública, pedir desculpas e pagar pelos seus erros na forma devida – disse.
O candidato, que foi ao congresso de prefeitos acompanhado das principais lideranças do PMDB do Rio Grande do Sul, incluindo o senador Pedro Simon, o ex-prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, e o candidato ao governo do Estado, José Ivo Sartori, fez questão de salientar que incluirá num eventual governo socialista setores do PMDB, do PDT e até do PT, desde que seja “gente honrada e séria”.
- Não vamos dividir o Brasil por legendas partidárias. Essa força renovadora da sociedade será suprapartidária – ponderou.
Campos disse que o Brasil enfrenta a maior crise fiscal da história da República, que ameaça de “derreter” os empregos em curto prazo.
- Estamos vivendo o pior dos cenários, com baixo crescimento, inflação que volta e juros lá em cima. Esse é o cenário que já está derretendo os empregos na indústria e que ameaça desconstruir as conquistas que tivemos nos últimos anos. Por isso oferecemos ao Brasil, eu e Marina, a única opção de mandar para a oposição um bocado de gente que já tem muito tempo nisso e que faz da política algo feio – disse.
Depois de participar do Congresso, o candidato fez uma caminhada pelo Centro de Porto Alegre que contou com a presença de candidatos a deputados federais e estaduais. A candidata à vice-presidência pela chapa socialista, Marina Silva, se juntou a Campos durante a caminhada.
Os dois improvisaram um comício no largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público. Sobre um caixote de madeira, Campos voltou a prometer que não irá governar com Sarney, Renan e Collor. Marina, por sua vez, classificou o senador Pedro Simon como “patriarca da boa política”.
No final da tarde, Campos e Marina participaram da inauguração do comitê central da campanha do PSB no Rio Grande do Sul.
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