• Candidata do PSB se diz contra reeleição e afirma que políticos devem mostrar que não tratam mandatos como 'propriedade'
Wladimir D'Andrade e Ana Fernandes - O Estado de S. Paulo
A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) disse nesta sexta-feira, 22, que seu compromisso é exercer o mandato presidencial "só por quatro anos" e de que a população precisa de um sinal de que os políticos não querem se perpetuar no poder. A ex-ministra é contra a reeleição e reiterou esse compromisso com dirigentes do PSB. Marina, no entanto, evitou responder se ficará no partido durante todo o mandato, caso ela seja eleita em outubro. Para a candidata, o mandato não pode ser visto como "propriedade dos partidos". "Eu me comprometo a governar o Brasil", afirmou, em entrevista coletiva após reunião da coligação Unidos pelo Brasil, na capital paulista.
Marina afirmou que, mesmo como titular da chapa presidencial do PSB, não vai subir nos palanques dos quais já havia decidido não participar antes da morte de Eduardo Campos, na semana passada. "Não vou aos palanques onde já não estava indo", disse Marina, quando questionada especificamente sobre campanhas estaduais do PMDB, como é o caso de Nelson Trad Filho, candidato ao governo de Mato Grosso do Sul.
Anteriormente, a candidata havia esclarecido que não estaria em palanques do PT e do PSDB sem citar casos de outras legendas, como o PMDB. "Alguns palanques que foram feitos, como no caso do Mato Grosso e outras realidades, a coordenação da campanha ainda vai se reunir. O certo é que Beto (Albuquerque, candidato a vice) irá suprir a presença de Eduardo junto àquelas candidaturas", disse.
Agronegócio. Marina disse que nem todos os segmentos do agronegócio veem como ameaça à relação entre ecologia e economia. "Não trato o agronegócio de forma homogênea", afirmou ao ser questionada sobre a resistência do setor à sua candidatura.
A candidata ressaltou a importância do incentivo ao aumento da produtividade no campo, em especial com o uso de novas tecnologias. Ela citou a Embrapa como motor de inovação no agronegócio. "O que queremos é apoiar a agricultura, o aumento da produção pelo aumento da produtividade", disse, durante entrevista coletiva no comitê nacional de campanha em São Paulo.
A candidata afirmou que setores econômicos que não doavam para a sua campanha nas eleições de 2010 continuam barrados de fazer contribuições, casos da indústria bélica e do tabaco. "A nossa ideia é passar a mensagem da promoção da saúde e da paz", afirmou.
Segundo Marina, já estava acordado com o PSB não receber doações desses dois setores. Já no caso da indústria de bebidas alcoólicas, a candidata disse que gostaria de manter o veto também a esse setor, mas afirmou que a questão ainda precisa ser tratada com o PSB.
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