• Candidata evitou dizer se ficará no PSB caso eleita e afirmou que presidente não é "propriedade de um partido"
• Declarações foram feitas em meio à crise na campanha; integrantes do PSB estão insatisfeitos
Marina Dias – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Candidata do PSB ao Palácio do Planalto, Marina Silva assumiu nesta sexta-feira (22) o compromisso com o fim da reeleição e afirmou que o presidente da República "não deve ser tratado como propriedade de um partido".
As declarações foram feitas em meio à crise que acomete a campanha. Integrantes do PSB estão insatisfeitos com a candidatura da ex-senadora pois acreditam que, caso seja eleita, Marina deixará a legenda em 2015, após a criação de seu partido, a Rede Sustentabilidade.
Aliados da candidata já trataram publicamente sua estada no PSB como "transitória" e Marina deu sinais de que migrará para seu grupo político assim que conseguir o registro na Justiça Eleitoral.
Questionada sobre a eventual permanência no PSB, a candidata foi evasiva.
"Me comprometo a governar o Brasil. Não devemos tratar o presidente como propriedade de um partido. A sociedade está dizendo que quer se apropriar da política, e as lideranças políticas têm que entender que o Estado não é um partido e que o governo não é o Estado."
Após participar em São Paulo de uma reunião sobre seu programa de governo, Marina tentou minimizar as mudanças na coordenação de sua campanha e afirmou que, assim como o PSB acolheu a Rede quando este não conseguiu o registro eleitoral, a Rede acolhe "nesse momento difícil" o partido de seu aliado Eduardo Campos, morto num acidente aéreo em Santos (SP) na quarta-feira (13).
"Nós queremos que o PSB possa se estabilizar e seus líderes possam se reconectar. Agora não é hora de ficarmos cada um querendo valorizar a parte. É hora de lutar pelo todo. Nosso compromisso é pelo fim da reeleição. O meu mandato será um mandato de apenas quatro anos."
A informação sobre o mandato foi antecipada pela coluna Painel desta sexta (22).
Nova coordenação
Marina apareceu pela primeira vez nesta sexta ao lado da nova coordenação de sua campanha. A candidata nomeou o ex-deputado Walter Feldman para adjunto na coordenação-geral, e o PSB indicou a deputada Luiza Erundina (SP) para substituir Carlos Siqueira como titular.
Primeiro-secretário do PSB, Siqueira deixou a coordenação nesta quinta-feira (21) após se desentender com Marina. Milton Coelho, responsável pela mobilização e articulação política, também está fora da campanha.
Joílson Cardoso, secretário do movimento sindical do PSB, substituirá Coelho.
Bazileu Margarido, aliado de Marina, assumiu o controle do comitê financeiro ao lado de Márcio França, candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) ao governo paulista. Amigo de Campos, o economista Henrique Costa, então tesoureiro da campanha, segue como colaborador na arrecadação.
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