- Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Em busca do voto evangélico para sua reeleição, a presidente Dilma Rousseff fez nesta sexta-feira (8) um aceno aos religiosos ao dizer que "todos os dirigentes desse país dependem do voto do povo e da graça de Deus".
A petista participou de congresso da Assembleia de Deus Ministério de Madureira, com mais de 5.000 pastoras e missionárias da ala comandada pelo bispo Manoel Ferreira, que apoia seu adversário Pastor Everaldo (PSC). Apesar de sustentar que o Estado brasileiro é laico, ela citou duas vezes um salmo que diz que "feliz é a Nação cujo Deus é o senhor".
Na campanha de 2010, a petista enfrentou resistência dos religiosos pela polêmica em relação ao aborto. No governo, chegou a travar embates com evangélicos no Congresso e acabou recuando, como na distribuição de material com conteúdo sobre orientação sexual em escolas, chamado de "kit-gay".
A petista diz que teve educação católica, não é praticante, mas no aperto "apela para Nossa Senhora".
No ato desta sexta, Dilma rezou o Pai Nosso, disse acreditar no poder da oração e contar com preces a seu favor. A petista elogiou o trabalho social da Assembleia de Deus e exaltou vários programas sociais do governo.
Dilma não tratou do aborto no evento. Líder do PMDB na Câmara, o deputado Eduardo Cunha (RJ), presente ao ato, agradeceu a derrubada de uma portaria do Ministério da Saúde que, na interpretação de religiosos, flexibilizava a interrupção da gravidez.
A presidente foi aplaudida por mais de dez vezes peloas presentes. "Saímos de alma lavada", disse o bispo Manoel Ferreira. Pastoras contaram à reportagem que receberam orientação da igreja para não se manifestar contra Dilma.
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