- O Estado de S. Paulo
A semana que começa amanhã é decisiva para a candidatura do PSDB, que nas últimas pesquisas registrou movimento mais expressivo na campanha, até aqui liderada pelas candidatas Dilma Rousseff e Marina Silva.
O senador Aécio Neves cresceu nas duas pesquisas, Ibope e Datafolha, retornando ao patamar de 20%, dentro da margem de erro, e apresentando a menor rejeição, enquanto suas adversárias caíram, mais ou menos, com Dilma mantendo o índice de rejeição mais alto, de 35% e Marina dobrando o seu, de 11% para 22%.
As duas pesquisas permitem a leitura de uma tendência de crescimento da candidatura do PSDB, o que anima os tucanos a manter a linha crítica às duas candidatas, dosando e diferenciando tom e conteúdo.
O PSDB tem se beneficiado do embate entre Dilma e Marina, que lideram a disputa, porque poupa Aécio Neves de ataques mais duros à ex-senadora, de quem pretende recuperar os votos perdidos após a morte de Eduardo Campos.
Parte desse contingente, acredita o PSDB, é de eleitores de Aécio que migraram para a candidata socialista por entender que ela tem mais chance de tirar o PT do poder.
A avaliação interna indica que o caminho mais simples para alcançar o objetivo de diferenciar Marina de Aécio - já que o PSB defende um programa econômico semelhante ao dos tucanos -, é mostrar que, se eleita, ela não se distanciará ideologicamente do partido que a abrigou durante toda a sua carreira política.
Alcançado o patamar entre 23% e 25% por Aécio, avaliam os tucanos que na semana seguinte esse fluxo aumenta criando uma reação do candidato na reta final da campanha.
Em tal contexto, a estrutura partidária do PSDB passa a fazer diferença na disputa em relação a Marina, cujo PSB é bem mais frágil e menos influente nos cenários regionais.
A rigor, é uma aposta na redução do aspecto emocional que alavancou a candidatura de Marina após a morte de Campos. Os debates e a luta renhida com Dilma humanizaram a candidata, desmistificando a personagem.
Por isso, a crítica a Marina insistirá na sua origem petista, na imprevisibilidade de seu governo, e na contradição de incluir o PSDB na "velha política", mas contando com seus quadros para dar qualidade a eventual gestão socialista.
Já em relação a Dilma, tom e conteúdo continuarão em alta.
Além dos péssimos resultados, o governo do PT exibe cada vez menos transparência, com dados inconfiáveis, inconstância e manipulação, o que já faz a oposição temer pelo êxito da futura fase de transição entre o governo eleito e o que deixa o Planalto, em caso de derrota de Dilma.
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