domingo, 28 de setembro de 2014

Na corrida para o 2º turno, aposta de Aécio são os palanques estaduais

• Tucano também diz acreditar na conquista de eleitores antipetistas

Maria Lima – O Globo

BRASÍLIA — Na condição de azarão na atípica disputa de primeiro turno que se encerra daqui a sete dias, o presidenciável do PSDB, Aécio Neves, trava uma luta contra o tempo na tentativa de bater a candidata do PSB, Marina Silva, que vem perdendo votos, e chegar ao 2º turno. Vencendo essa etapa, acredita, teria mais condições de derrotar a presidente Dilma Rousseff, por não ter a rejeição de Marina e contar com palanques fortes em estados onde tucanos devem vencer já no 1º turno. A recuperação é lenta, mas Aécio não desanima:

— Vou com gás. Temos time. Se eu subir 4 pontos, incendeia o país, e eu viro presidente.

Sobre o segundo turno, Aécio disse ser lenda que Dilma e o PT preferem tê-lo como adversário no segundo turno:

— Tenho dúvidas se o PT quer mesmo me enfrentar no 2º turno. O melhor termômetro são as ligações dos aliados. O Marconi (Perillo), o Beto Richa e a Ana Amélia falando da nossa reação em seus estados.

Aécio e seus aliados dizem que, se chegarem lá, vão procurar ampliar o diálogo com todas as forças de oposição, e preveem que, majoritariamente, os 70% de eleitores que querem mudança se agregariam a Aécio.

— Não cogito a hipótese de não irmos para o segundo turno. E, em segundo turno, ninguém é de ninguém — diz o candidato a vice na chapa de Aécio, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), explicando que nesta etapa da disputa o voto não segue orientação de lideranças.

Na avaliação dos tucanos, num eventual 2º turno, Aécio não contaria com o voto da esquerda do PSB de Marina, que deve ir para Dilma, mas, sim, com o apoio da maior fatia de seu eleitorado, que não segue nenhuma liderança, que é o voto do protesto antipetista. Os aecistas também acham que deverão ter apoio de fatia grande de partidos da base descontentes com Dilma.

Mesmo com a antipatia manifestada por Marina pelo PSDB, que ela rotula de “velha política”, os articuladores da campanha de Aécio acham que, como candidata de oposição ao PT, ela não teria como ficar neutra, caso fique fora do segundo turno. O coordenador geral da campanha, senador José Agripino (DEM-RN), diz que, passada a apuração, esperam o apoio de Marina, do seu vice Beto Albuquerque (PSB-RS) e de todos que tiveram candidatura de oposição.

— Independentemente de Marina manifestar apoio ou não, seu eleitorado é majoritariamente de oposição ao PT. Quem for ao 2º turno será o símbolo do antipetismo. Nosso grande cabo eleitoral será o sentimento antimensalão, anticorrupção na Petrobras, anti aparelhamento das instituições, antieconomia em debacle — avalia Agripino.

Um dos trunfos do tucano são os palanques fortes nos estados. O governador de Goiás, Marconi Perillo, já adiantou, que se eleito no 1º turno, vai se licenciar para viajar o país e ajudar Aécio sobretudo no Centro-Oeste. O maior cabo eleitoral, entretanto, será o governador de SP, Geraldo Alckmin, que caminha para uma reeleição tranquila no 1º turno no maior colégio eleitoral do país.

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