A duas semanas da eleição, o vento sopra a favor de Aécio Neves, enquanto a presidente Dilma Rousseff enfrenta tempestades.
Fato novo nas eleições recentes. Desde 2002, o PT ditou o tom da reta final da campanha, enquanto os tucanos buscavam fugir das cordas. Os papéis, agora, estão invertidos.
O tucano obteve apoios vitais no fim de semana. Da família de Eduardo Campos, essencial para melhorar sua votação no Nordeste. E de Marina Silva, que desta vez frustrou petistas e não ficou neutra.
Dilma Rousseff, do seu lado, entrou numa agenda negativa. Tenta se livrar do escândalo da Petrobras e da inflação, que voltou a subir e fez sua equipe dar munição ao PSDB ao sugerir tirar o filé mignon da mesa do almoço e do jantar.
Na visão de um amigo da presidente, ela precisa sair rápido da defensiva no caso Petrobras. Sua receita é seguir a linha "a Justiça vai cuidar dos criminosos; eu, do Brasil".
Afinal, diz ele, Dilma não tem o que temer. Deveria se descolar do Petrogate, reconhecer que houve desvios, insistir que os culpados terão de pagar e virar a página. Só que este caminho complica seu partido.
Pior, em sua visão, é que ela tem adotado um tom que causa efeito contrário. Atrai a crise para seu colo. Por exemplo, desqualificar os depoimentos do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que acusa PT, PMDB e PP de lucrarem com a petropropina, é uma missão inglória.
Afinal, difícil não crer em boa parte do que o ex-diretor diz quando ele vai devolver R$ 70 milhões frutos da roubalheira. Sem falar que suas delações só terão valor, reduzindo sua futura pena, se forem robustas.
Enfim, Dilma entra na defensiva na fase dos debates, que têm tudo para ser decisivos, enquanto Aécio busca avançar no Nordeste petista e terá o voto de Marina. Da maioria de seus seguidores, veremos no final.
É bom lembrar, porém, que esta eleição já teve toda sorte de favorito e de derrotado. Nada está decidido.
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