• PSB, PPS, DEM e Solidariedade planejam bloco para testar a junção de ideários diferentes
Lucas Pavanelli – O Tempo (MG)
Com histórias distintas e origens até opostas, partidos que estão, hoje, na oposição ensaiam aproximação a partir da próxima legislatura. Lideranças do PSB, PPS, DEM e Solidariedade (SD) têm conversado desde a última semana para tentar chegar a uma saída e engrossar a voz na próxima legislatura na Câmara. A ideia que mais ganha força é que dois ou mais desses partidos montem um bloco parlamentar durante o primeiro semestre do ano que vem. O grupo serviria como laboratório para ver se há, no futuro, possibilidade de fusão.
A criação do bloco é necessária para que essas legendas possam sobreviver. Com a Câmara mais fragmentada da história – a partir do ano que vem, 28 legendas terão representação na Casa – todas as quatro siglas perderam espaço.
O DEM, que elegeu 43 deputados em 2010, viu suas fileiras serem reduzidas para 22 nomes após as eleições deste ano. O PSB é o maior partido do bloco, e perdeu um parlamentar – passando de 35 para 34 deputados. O PPS encolheu de 12 para dez deputados e é apenas a 15ª maior bancada. Já o Solidariedade, criado no ano passado com 22 nomes, terá apenas 15 a partir do ano que vem. Na soma, as legendas perderam 31 parlamentares de uma eleição para a outra.
A fragmentação da Câmara é apontada pelo deputado federal Júlio Delgado (PSB) como facilitador nesse processo.
“Fica difícil exercer o papel com 28 partidos. As conversas foram iniciadas em São Paulo, e nós vamos ver se será fusão, cooperação, federação ou possibilidade de alinhamento com outros partidos”. Para Delgado, essa aproximação “é mais fácil com os partidos que apoiaram o PSB no primeiro turno das eleições deste ano”. Conversas com o PPS estão em andamento.
Nesse alinhamento, o nome da deputada estadual do PPS Luzia Ferreira é lembrado para ser acomodada na Prefeitura de Belo Horizonte, comandada pelo PSB do prefeito Marcio Lacerda.
“Vamos caminhar, inicialmente, como bloco parlamentar na Câmara e avaliar no próximo semestre a possibilidade de fusão. Isso daria uma atuação mais consistente e possibilidade de se criar uma terceira força no Parlamento, que não seja nem PT, nem PSDB”, analisa Luzia, membro da Executiva nacional do PPS.
O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho, avalia que o futuro desses partidos passa pela estratégia da oposição para o segundo mandato de Dilma Rousseff (PT).
“Temos hoje cinco partidos de oposição, e uma fusão passa por uma estratégia nacional, se é melhor ter cinco, quatro, três ou duas siglas nessa situação”, avalia.
A formação de um bloco parlamentar com mais uma ou duas legendas é citada como melhor caminho pelo único deputado federal do SD eleito por Minas, Zé Silva. “Maior bancada facilitaria a atuação na Câmara”, afirma o deputado.
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