• Oposição volta atrás em acordo e quer ouvir depoimentos de políticos
Maria Lima – O Globo
Para reverter a repercussão negativa do anúncio feito pelo relator Marco Maia (PT-SP) a respeito do acordo para convocar agora apenas agentes públicos, integrantes da oposição na CPMI da Petrobras vão tentar aprovar, já na reunião da terça-feira, as convocações do presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado; do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto; e do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. A alegação da oposição é que o acordo fechado na semana passada era no sentido de primeiro se ter acesso à delação premiada de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, depois ouvir os agentes públicos e só então partir para a convocação dos personagens políticos. Mas Marco Maia teria feito o comunicado de forma "equivocada", o que gerou a interpretação de que o objetivo seria a blindagem de políticos.
- Após o curto-circuito gerado com a comunicação equivocada do Marco Maia, vamos querer que se vote, na terça-feira, outros requerimentos pendentes. Do jeito que foi anunciado, ficou parecendo que queríamos excluir convocações. O líder do PT, Humberto Costa, é que não queria de jeito nenhum a convocação do Duque. O PMDB, em menor escala, não queria a do Sérgio Machado. Se o governo votar contra, que assuma sua responsabilidade perante a sociedade. Não estamos querendo proteger ninguém - disse Rodrigo Maia, representante do DEM na CPMI.
Em entrevista ao GLOBO, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, anunciou que o acordo seria revisto esta semana. Segundo Aécio, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), representante do partido na CPMI, disse que usaram de sua ingenuidade para firmar o acordo, dando margem a uma interpretação dúbia sobre o papel da oposição.
- A CPMI existe porque nós fomos ao STF para viabilizá-la. As denúncias estão aí vivas porque lutamos muito para que não fossem enterradas, como queria o governo - afirmou Aécio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário