- Folha de S. Paulo
No ano da eleição mais cara do país, a cada dia tomamos ciência de nova conta milionária no exterior recheada de dinheiro surrupiado da Petrobras. Tudo sob comando de diretores mancomunados com partidos políticos.
Em cenário tão escandaloso, nossos deputados e senadores deveriam estar preocupados em dar uma resposta ao eleitorado, dedicando seu precioso tempo a aprovar uma reforma política que reduza esta roubalheira de dinheiro público.
Pois bem, ficamos sabendo que eles estão ocupados é com outros afazeres. Em tempo de corte de gastos, nossos congressistas planejam aumentar seus salários, as verbas para suas bases eleitorais e o dinheiro que financia seus partidos.
Continha salgada, coisa de R$ 1,15 bi por ano, bancada com nosso dinheiro. Eles querem elevar, por exemplo, o salário de R$ 26,7 mil para R$ 33,7 mil. Não fosse o descrédito do mundo político e sua improdutividade, seria até uma soma justa.
Afinal, teoricamente, deveriam representar seus eleitores. Ganhando um salário razoável, estariam livres da tentação de servir a outros senhores. Mas não é o que tem acontecido com todos congressistas --tem parlamentar que não resiste a uma oportunidade tentadora.
É bom lembrar ainda que nossos parlamentares têm direito a médico, dentista, moradia, telefone celular e combustível de graça.
Pior é saber que, nesta farra, querem aumentar o dinheiro que sai dos cofres públicos para bancar a vida dos partidos políticos. Uma total falta de sintonia com o eleitorado.
Além de pensar em seus bolsos, nossos congressistas deveriam é estar perguntando aos eleitores se concordam que seu dinheiro financie campanhas eleitorais e o funcionamento de partidos políticos.
Como a resposta hoje, com certeza, seria negativa, o Congresso prefere legislar, no apagar das luzes de 2014, em causa própria. E deixar de lado o interesse do prezado eleitor.
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