• Governo pretende suprir afastamento do PSB, que deixou a base em 2014
- O Globo
BRASÍLIA- Não foi à toa que Gilberto Kassab e Cid Gomes ganharam dois dos mais influentes ministérios, cobiçados pelos partidos. A Educação, entregue a Cid, tem um dos maiores orçamentos da Esplanada e grande capilaridade pelo país. Cid, duas vezes governador do Ceará, se desfiliou do PSB quando Eduardo Campos decidiu concorrer à presidência e foi para o PROS, numa combinação com o Planalto.
As Cidades, sob o comando de Kassab, têm relação direta com governos estaduais e mais de cinco mil prefeituras. Entre outros, ele é responsável pelas negociações de programas como o Minha Casa, Minha Vida.
Originário do DEM, Kassab criou o PSD em 2011. Com a nova sigla, virou governista e promoveu uma diáspora de oposicionistas rumo à gestão de Dilma. Entre os que migraram para o partido de Kassab está a senadora e agora ministra da Agricultura, Kátia Abreu - ela e Kassab se desentenderam posteriormente, e ela acabou no PMDB. Especialista na criação de partido, Kassab opera agora a favor da formação do PL, cujo processo já tramita em ao menos dez tribunais regionais eleitorais.
Além de querer neutralizar a força do PMDB, o Planalto busca compensar a perda do PSB, que saiu da base aliada no ano passado e levou junto o apoio de 34 deputados. Para suprir a falta dos socialistas, a presidente Dilma espera contar com blocos liderados pelo PROS e pelo PRB, que ganhou o Ministério do Esporte com a promessa de arregimentar cerca de 40 deputados.
Oposição com 147 nomes
A legenda tem 21 parlamentares e busca reunir PRTB, PTC, PMN, PTN, PHS, PTdoB, PRP, PSDC, PEN e PSL, que somam 24 deputados. Desses partidos menores, PMN, PEN, PTC e PTdoB apoiaram a candidatura do tucano Aécio Neves à presidência, mas tendem a migrar para a base aliada.
As bancadas do PTB, cuja direção abandonou Dilma no começo da campanha eleitoral em favor de Aécio, devem seguir dando os votos a favor da presidente, especialmente depois de ela ter escolhido o senador Armando Monteiro, que é do partido, para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
A oposição, que reúne PSDB, DEM, PSB, SD, PSC e PPS, terá 147 deputados a partir de fevereiro. O primeiro teste da base de Dilma será a votação da medida provisória que restringe benefícios previdenciários, como obtenção do seguro-desemprego, auxílio-doença e abono salarial.
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