• Após a eleição, governador tucano e presidente petista apresentam conta de irresponsabilidades
- Folha de S. Paulo
Começo de ano, chegam as contas. Dos excessos de despesa do final de ano? Da escola, do IPTU, do IPVA? Também. Além disso, chega a conta de irresponsabilidades e inépcias dos governos que terminaram em 2014. A gente sabe o que vocês fizeram no ano passado.
Caiu a ficha no lago seco de responsabilidade de Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, que preferiu desconversar sobre a falta d"água durante a campanha eleitoral até que chegássemos à beira da desidratação. Deixou o reajuste da água para depois da eleição, deixou a sobretaxa do excesso de consumo de água para depois da eleição.
Falta água em São Paulo faz mais de ano. Na falta de um mercado, aumentar o preço de um bem escasso, além do mais desperdiçado e estratégico, é providência rudimentar. Não estamos nem discutindo 20 anos de inépcia e de descalabro ambiental de governos tucanos. Estamos falando de mera canetada de bom senso.
Muito bem, Geraldo Alckmin.
Nesta quinta-feira (8), a gente também teve o prazer de examinar os resultados da política industrial de Dilma 1. Nos 12 meses até novembro, a produção industrial encolheu 3,2%. O nível da produção está mais ou menos onde estava no final de 2007. A fabricação de veículos, estimulada de modo alucinado e perdulário por Dilma 1, acabou em retração de mais de 15% em 2014; as montadoras cortaram mais de 12 mil postos de trabalho.
Era tudo fantasia inepta, a po- lítica industrial, para não dizer coisa pior.
Os incentivos à indústria e para empresas em geral contribuíram para levar o governo à presente pindaíba, o que obrigará os economistas de Dilma 2 a catar moedas, cortar gastos, investimentos inclusive, e aumentar impostos, o que levará o país a algo próximo de uma recessão. No final das contas, em 2014 e 2015, pelo menos, a renda média do brasileiro, o PIB per capita, do brasileiro, terá encolhido.
O que foram esses incentivos? Foram os centenas de bilhões de empréstimos do BNDES a juro baratinho, zero ou abaixo de zero. Foi a quase centena de bilhões de reduções de impostos. A proteção contra a concorrência internacional, entre outros favores e subsídios.
"O beijo, amigo, é a véspera do escarro,/A mão que afaga é a mesma que apedreja", como diziam os antes conhecidos versos de Augusto dos Anjos. O mesmo governo dos incentivos deixou o dólar ficar baratinho, favorecendo importações e controlando à matroca a inflação. Contribuiu para a alta de custos das empresas. Desordenou o mercado com intervenções ineptas. Etc.
Muito bem, Dilma Rousseff.
O que se pode esperar?
E o NanoPIB, como fica?
"Para a frente, não vislumbramos uma recuperação robusta da produção industrial no curto prazo, devido ao ainda alto nível de estoques da indústria, à desaceleração do consumo e ao nível ainda baixo dos indicadores de confiança. Ademais, o resultado cria um viés de baixa para nossa projeção de crescimento do PIB no quarto trimestre de 2014", escrevem em relatório de ontem os economistas do Itaú.
Os economistas de Dilma 2 terão de fazer mágicas e milagres, assim como não temos mais o que fazer do que esperar o milagre da chuva, o grande plano de governo de Alckmin.
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