Romário desponta como candidato a prefeito do Rio
• Ex-jogador dissolveu diretórios do PSB e larga na frente como principal nome para a Prefeitura em 2016
Eduardo Miranda e Nonato Viegas – O Dia
RIO - O senador Romário Farias (PSB-RJ) decidiu pavimentar o caminho rumo à Prefeitura do Rio, na disputa do ano que vem. Depois de assumir a presidência do PSB no estado, o ‘Baixinho’ vai promover a dissolução geral dos diretórios municipais em todo o Rio e garantir, com isso, o controle da legenda nas negociações de apoio eleitoral. A decisão ainda precisa ser comunicada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ).
A medida, porém, não agradou a cúpula da sigla. No ano passado, a reboque das feridas causadas pelo apoio ao tucano Aécio Neves no segundo turno das eleições, a direção nacional destituiu o então presidente regional, o deputado federal Glauber Braga (RJ).
Depois de conquistar quase cinco milhões de votos, Romário acabou no comando do partido no Rio. “Ele foi nomeado, mas não estamos de acordo com a destituição dos diretórios”, afirmou Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB.
Para Romário, no entanto, o total de votos da legenda nas últimas três eleições constata “a decadência” do partido. Até 2014, o PSB do Rio tinha três deputados federais e três estaduais. No ano passado, elegeu apenas um representante fluminense para a Câmara e outro para a Assembleia Legislativa (Alerj).
Roberto Amaral, o ex-presidente nacional da sigla e, hoje assessor parlamentar na Alerj, como mostrou O DIA semana passada, classifica de golpista e covarde a medida e acusa a Executiva de usar o Baixinho para “destruir a esquerda no Rio”. “A dissolução ilegal dos diretórios não me surpreendeu. Esse rapaz (Romário) está sendo utilizado pelo grupo mais reacionário para destruir o que havia de esquerda no Rio.”
Retirado da presidência regional, o deputado Glauber Braga negou qualquer irregularidade sob sua gestão. Braga também duvida que Romário consiga se lançar à prefeitura por conta da indicação de Marcos Braz, ex-presidente do Flamengo, para a Secretaria de Esportes de Eduardo Paes (PMDB).
“Para quem está começando, ele está demonstrando ser um bom aprendiz de Eduardo Cunha (PMDB)”, provocou.
Desde que assumiu a presidência do PSB no Rio, o ex-jogador tem apresentado movimentos contraditórios sobre a prefeitura. Ao mesmo tempo que seus aliados garantem que ele não desistiu de concorrer em 2016 e que a medida tem a ver com seus planos, Romário sinalizou, em janeiro, apoio a Pedro Paulo (PMDB), secretário-executivo do governo de Paes.
Encontrei o PSB em queda livre
1)Por que houve intervenção nos municípios?
— Analisei as estatísticas e verifiquei que o patrimônio eleitoral do PSB está em queda livre. Há algo de muito errado aí. Uma resolução do ano passado autoriza a dissolução de diretórios que não tenham atingido 2% dos votos. No da cidade do Rio, foram constatadas irregularidades.
2) Tem a ver com as eleições de 2016?
— Tem a ver com um vigoroso processo de reorganização. As mudanças são para acabar com a farra. O partido agora é sério. Muita gente vai espernear porque estava se beneficiando de alguma irregularidade.
3) Por que tem administrado a sigla da Barra?
— Encontrei a sede em estado deplorável: aluguel atrasado seis meses, contas de luz, internet e telefone cortados por falta de pagamento; e funcionários sem salários. Por isso o local não é utilizado para reuniões. E, fato inédito, nossos horários de TV foram usados como forma de pagamento de dívidas com o TRE.
4) Por que deixaram Roberto Amaral de lado?
— O Amaral não pode falar em eleição democrática. Eles atropelaram os concorrentes. Ao contrário da gestão anterior, que sufocava e matava o partido, estou agindo dentro do estatuto. Se o Amaral está preocupado em perder o salário e o cargo que ocupa na Alerj sem trabalhar, ele pode ficar tranquilo, porque o salário dele vai continuar em dia. Até porque, está na cota do deputado.
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