• Brasil Melhor, defensor do impeachment, e Acorda Brasil, crítico do Vem pra Rua, abandonam ato conjunto em Brasília
Pedro Venceslau - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Os dirigentes dos 25 grupos que lideraram manifestações de março contra a presidente Dilma Rousseff racharam nesta quarta-feira, 15, ao chegar ao Congresso. Parte dos integrantes da Aliança Nacional de Movimentos Democráticos, organização que reúne as diversas facções de ativistas, considerou o texto final apresentado aos parlamentares ameno demais.
“Nós defendemos a cassação do PT e o impeachment da Dilma, mas não chegamos a um acordo sobre isso. Por isso nos retiramos da aliança”, disse o advogado Mauro Scheer, líder do grupo Brasil Melhor. Antes do começo do ato, ele pediu que seu grupo fosse retirado do documento e decidiu circular pelo Congresso separado da maior facção, o Vem Pra Rua.
Marcelo Vitorino, líder do grupo Acorda Brasil, também retirou-se do ato, mas a queixa foi de que o Vem Pra Rua assumiu um “protagonismo indevido” do movimento. “Retiramos nossa assinatura devido ao processo de condução política.”
Líder do Vem Pra Rua, Rogério Chequer minimizou a dissidência e afirmou que os grupos permanecem unidos.
Dois outros grupos que se destacaram nas manifestações de março também foram nesta quarta ao Congresso, mas de forma autônoma: o Movimento Brasil Livre, que organiza uma marcha de São Paulo a Brasília, e o Revoltados Online, que tem uma plataforma mais radicalizada.
Variedade. Entre os grupos de ativistas que assinaram o manifesto distribuído nesta quarta no Congresso estão desde organizações que atuam prioritariamente nas redes sociais, como Movimento 31 de Julho,
Eu amo o Brasil, Chega de Impostos e Brava Gente Brasileira como as com mais recursos, a exemplo do Nas Ruas e do Quero me Defender.
Com mais recursos e discurso moderado, o Vem Pra Rua acabou tornando-se a principal referência dos protestos pelo "Fora Dilma". A organização conta, hoje, com assessoria de imprensa profissional e usa seguranças nos grandes eventos.
Atos. Depois das primeiras manifestações de 15 de março, o Vem Pra Rua foi contra a organização de uma nova rodada em um curto espaço de tempo, mas acabou cedendo e também foi às ruas em 12 de abril para não perder espaço.
Eles avaliavam, assim como o PSDB, que um novo ato menor que o anterior daria argumento para o governo pregar que houve um esvaziamento da onda anti-Dilma. Agora, os grupos apostam na mobilização institucional e não preveem novos atos nas ruas.
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