• No grupo, estão ex-presidente da Câmara e ex-líderes da legenda na Casa e no Senado
Paulo de Tarso Lyra - Correio Braziliense
Os tempos difíceis vividos pelo PT, pressionado por sucessivos escândalos de corrupção e tendo que lidar com uma agenda macroeconômica que é a antítese do pensamento petista, têm rebaixado figuras proeminentes da legenda a um plano secundário no debate parlamentar. Eles mantêm a capacidade de formulação, mas pouco têm sido ouvidos no momento de tomadas de decisões estratégicas.
O ostracismo alcançou nomes históricos, como os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), Alessandro Molon (PT-RJ) e Paulo Teixeira (PT-SP). O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) deixou o cargo de vice-líder do governo após apoiar a aprovação de uma nova regra para o fator previdenciário.
No Senado, o fenômeno atinge os senadores Paulo Paim (PT-RS), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Walter Pinheiro (PT-BA). Sem chances políticas futuras, a senadora Marta Suplicy, de São Paulo, deixou o PT e vai se filiar ao PSB. Na semana que passou, ela obteve uma importante vitória após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que os mandatos majoritários — senador, prefeito, governador e presidente da República — pertencem ao candidato, não à legenda. Com isso, o PT não pode requisitar o mandato dela para dá-lo ao segundo suplente.
Segundo apurou o Correio, boa parte destes parlamentares — senão a totalidade — vive um processo de desencantamento com os rumos da legenda e do próprio governo. No Senado, especialmente, é total. “Nem mesmo os senadores que têm votado com o governo agem desta forma por convicção. É mais um sentimento de que precisamos ajudar o governo do que uma convicção de que as medidas estão as alinhadas ao ideário petista”, disse um importante articulador do PT na Casa.
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