• Tucanos ficaram irritados com o tom do programa petista, que ironizou os panelaços e ainda atribuiu à oposição parcela de culpa pela crise política
Por Thiago Herdy - O Globo
SÃO PAULO - O programa do PT exibido na quinta-feira dificultou a possibilidade de diálogo em busca por soluções para a crise política entre o ex-presidente Fernando Henrique e representantes do governo, na avaliação de interlocutores do tucano.
Tucanos ficaram irritados com o tom do programa, que ironizou os panelaços e ainda atribuiu à oposição parcela de culpa pela crise política no Congresso. Ao mesmo tempo, as pontes não estariam totalmente inviabilizadas e os interlocutores não descartam uma conversa, desde que ocorra em agenda pública.
— Ele se mostra interessado em contribuir com a busca de uma solução, tornou-se quase um árbitro da nação. Todos querem falar com ele, pedem ajuda a ele, inclusive gente do governo — disse uma pessoa próxima ao ex-presidente.
— Fernando Henrique se coloca nesse lugar, mas não é ele quem vai tomar essa atitude. Conversa escondida, com o governo, ele não aceita de jeito nenhum — completou.
No PSDB, a hipótese de impeachment é insuflada nos bastidores pelo senador Aécio Neves e, publicamente, por parlamentares ligados a ele. O grupo do tucano vê Aécio como liderança natural da oposição em caso de impedimento da presidente e eventual convocação de novas eleições. O senador paulista José Serra e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, mantêm postura mais cautelosa, deixando o partido internamente dividido. Nesse contexto, o posicionamento de FH ganha ainda mais importância, se decidir adotar um papel de conciliador interno.
Para os interlocutores de FH, a abertura de diálogo com o governo não inviabiliza a hipótese de o ex-presidente vir a apoiar o impeachment. No inicio do ano, FH se disse contra a medida, por considerar que não havia caracterização de condições prescritas nas leis para se falar sobre o tema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário