• Para eles, governo devia envolvê-los na busca por solução para reverter também dificuldades na economia
Por Ana Paula Ribeiro e Lino Rodrigues – O Globo
SÃO PAULO - A possibilidade de o governo buscar apoio na elite empresarial do país para tentar amenizar a crise não deverá ser uma tarefa fácil. A falta de sinais de uma retomada econômica e a piora do cenário político têm incomodado boa parte dos empresários que Dilma pode vir a reunir para influenciar o Congresso a não aprovar medidas que aumentem os gastos públicos. Carlos Pastoriza, da Abimaq, associação que reúne fabricantes de máquinas e equipamentos, um dos setores mais afetados pela crise, considera importante o governo envolver o empresariado na discussão do atual momento. Para ele, 90% dessa crise foi fabricada pelos políticos.
—Toda essa confusão política criou incertezas. Isso é muito ruim, mas o país tem condições de sair da crise e reverter esse processo, que é mais político do que econômico — diz Pastoriza, que conversou no início da semana com o vice Michel Temer (PMDB-SP) sobre a possibilidade dos partidos costurarem uma espécie de trégua que transmita tranquilidade ao país.
Pastoriza defende ainda um pacto com os setores da economia real (indústria, comércio, bancos) para que trabalhem por uma retomada dos investimentos e do crédito pelos bancos. Para isso, diz que é fundamental ter tranquilidade política.
— Reunião com os empresários só será válida se tiver efeito sobre a classe política — diz Pastoriza, lembrando que encontrar uma solução política é papel de Dilma e dos partidos que dão sustentação ao seu governo, principalmente o PT: — Feito isso, aí sim dá pra se pensar em um pacto para a economia voltar a crescer.
Marcelo Castelli, que preside a Fibria — uma das maiores produtoras de celulose do mundo —, também identifica na política a origem das dificuldades na economia. E acredita que o “quanto pior, melhor” não irá ajudar o país:
— Não vamos sair dessa conjuntura sem trabalhar problemas estruturais. Empresas precisam ser protagonistas nesse diálogo, assim como o governo e o cidadão.
Procurados, empresários como Abílio Diniz, presidente do Conselho de Administração da BRF, e Joeslei Batista, da JBS, informaram que não foram convidados para uma possível reunião com Dilma.
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