• Aloizio Mercadante deve trocar Casa Civil por Educação; presidente afastou ministro da Saúde por telefone
Simone Iglesias, Júnia Gama, Fernanda Krakovics, Chico de Gois e Washington Luiz - O Globo
- BRASÍLIA - O ministro da Saúde, Arthur Chioro, do PT, foi demitido ontem pela presidente Dilma Rousseff por telefone. A vaga será entregue ao PMDB. O partido deverá ficar com os sete ministérios que pleiteou na reforma administrativa prevista para ser anunciada amanhã. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, deve ser transferido para a Educação, pasta que já ocupou. Para seu lugar, Jaques Wagner ( Defesa) é o mais cotado. - BRASÍLIA- A presidente Dilma Rousseff demitiu ontem pela manhã, por telefone, o ministro da Saúde Arthur Chioro. Foram apenas dois minutos de conversa para informar que o tempo dele no governo havia acabado. A informação foi antecipada à tarde pelo blog do colunista Ancelmo Gois no site do GLOBO. O ministério será a principal oferta da presidente para tentar garantir a fidelidade da bancada de deputados do PMDB.
À noite, três interlocutores de Dilma informaram que o ministro Aloizio Mercadante deve deixar a Casa Civil. Ele continuará no governo, provavelmente no Ministério da Educação, pasta que já ocupou anteriormente. O mais cotado para a Casa Civil, segundo as fontes, é o atual ministro da Defesa, Jaques Wagner, que ontem esteve no Planalto com Dilma. A escolha de Jaques Wagner vem sendo defendida pelo ex- presidente Lula desde o ano passado.
No início da noite, o Palácio do Planalto confirmou a demissão de Chioro por telefone, mas informou que a ligação foi uma formalidade, pois o ex- ministro já sabia que iria deixar a pasta desde semana passada, quando foi recebido pela presidente. Assessores dela disseram que Dilma se irritou com uma mobilização promovida por aliados de Chioro nas redes sociais durante todo o dia defendendo a permanência do ministro, embora ele já soubesse que a pasta provavelmente seria entregue para o PMDB.
Após postergar a reforma ministerial para esta semana, Dilma se vê em meio a um xadrez para conseguir cortar ministérios e, ao mesmo tempo, contentar os aliados. Ontem, em conversa com o vice Michel Temer, Dilma sinalizou que dará ao PMDB sete ministérios. O partido comanda atualmente seis. Ela afirmou ao vice que foi aconselhada a isso por Lula e pelo governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. Mas não está sendo simples fechar as contas. Para cortar dez ministérios e dar sete ao PMDB, o espaço que o PT terá de perder crescerá.
— Para salvar o governo, vamos piorar o governo — disse o senador Jorge Viana ( PT- AC).
Ainda assim, Dilma decidiu manter o compromisso firmado com a bancada peemedebista na Câmara. A expectativa é que ela anuncie as mudanças até amanhã. Auxiliares de Dilma reafirmaram para Leonardo Picciani, líder do PMDB na Câmara, que as pastas da bancada serão Saúde e Portos.
Segundo deputados do PMDB, Picciani vem trabalhando para fortalecer Celso Pansera ( PMDB- RR), que é ligado ao seu pai, Jorge Picciani, e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha ( PMDB- RJ). Marcelo Castro ( PMDB- RJ) se fortaleceu para ocupar a Saúde. Há dúvida sobre qual seria a 7 ª pasta, que poderia ser a da Cultura ou da Ciência e Tecnologia.
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