• IPCA-15 tem alta de 10,71%, influenciado por preços de alimentos e energia
Lucianne Carneiro e Marcello Corrêa – O Globo
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, fechou o ano de 2015 em 10,71%, segundo o IBGE. Trata-se do maior nível desde 2002, quando o índice acumulou alta de 11,99%. Alimentos e energia elétrica foram as principais pressões para a disparada dos preços no ano.
Em dezembro, a inflação ficou em 1,18%. É o resultado mais alto para o mês desde 2002, quando havia avançado 3,05%.
O preço da energia elétrica subiu 51,76% e foi a principal influência individual para a alta da inflação em 2015. Com isso, o grupo Habitação, do qual faz parte, acumulou alta de 18,51%, a maior expansão entre os nove grupos de gastos medidos pelo índice. O preço de alimentos e bebidas subiu 12,16% no ano.
Para Marcio Millan, economista da Tendências, o resultado de dezembro confirma a expectativa do mercado financeiro de que a inflação oficial de 2015, que será divulgada em janeiro, ficará em dois dígitos. Millan elevou sua projeção para o IPCA de 2015, de 10,6% para 10,7%. Para o ano que vem, prevê alta de 7%, acima do teto da meta do governo, de 6,5%:
— O resultado é surpreendente. Se a gente olhar projeções de três ou quatro meses atrás, ninguém esperava por isso.
O economista destacou o papel dos alimentos, que só em dezembro subiram 2,02%, respondendo pela principal influência sobre o indicador no mês.
— A primeira análise é o movimento de alta dos alimentos ‘in natura,’ com o choque do efeito do El Niño provocando perdas nas colheitas. Há também repasse do câmbio para o varejo, afetando principalmente alimentos industrializados — disse Millan.
Em relatório, o Itaú Unibanco informou que espera que o IPCA do ano chegue a 10,7%. O banco revisou sua projeção para o índice fechado de dezembro, de 0,97% para 1,02%. Já o Banco Fator destacou, em nota, que o resultado “representa praticamente uma meta de inflação a mais (4,5%) sobre o teto dessa (6,5%)”.
Sete das onze regiões pesquisadas pelo IBGE tiveram alta de dois dígitos na prévia da inflação oficial no ano. O Rio de Janeiro registrou alta de 11,05%.
O IPCA-15 é usado para definir o reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). A Secretaria Municipal de Fazenda já informou que o aumento será de 10,71% em 2016.
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