- Folha de S. Paulo
Os resultados práticos da economia brasileira em 2015 começaram a ser divulgados e, como esperado, são um show de horror.
O exemplo mais concreto do desastre foi registrado no mercado de trabalho. Mais de um milhão e meio de pessoas perderam o emprego no ano passado. Mesmo assim, Miguel Rossetto,o amigo da presidente que comanda o Ministério do Trabalho e da Previdência Social, encontrou elementos para celebrar a derrota.
Apesar de tanta gente ter ido para o olho da rua, a assessoria do ministro destacou, em nota, que o "estoque de empregos" acumulado até o ano passado ainda era o terceiro melhor da série iniciada em 1992.
Houve queda no emprego em todos os Estados. São Paulo, sozinho, respondeu por quase um terço das demissões registradas nos últimos 12 meses. A agricultura foi o único setor que conseguiu assinar mais carteiras de trabalho do que oferecer "novos desafios" aos seus colaboradores.
Mesmo assim, Rossetto e equipe consideraram válido comemorar a medalha de bronze. Afinal de contas, as coisas poderiam ter sido bem pior.
Como de bobo o governo petista só tem o séquito que ainda acredita nas histórias inventadas nos gabinetes de Brasília, ao comentar os dados ontem, Rossetto vendeu otimismo para 2016, mas não se comprometeu com projeções sobre a geração efetiva de empregos até dezembro.
A Receita Federal, que divulgou ontem outro exemplo do desempenho magistral que a atividade econômica teve no ano passado, também evitou estimar taxas de evolução da máquina de cobrar impostos.
Depois de amargar um tombo de 5,6% na arrecadação de tributos, reflexo direto da freada na produção industrial e na venda de bens e serviços, os técnicos do Fisco reconheceram que ninguém deve esperar grandes coisas nos próximos meses.
A despeito das apostas do ministro Rossetto, não há nada no horizonte que aponte para uma recuperação do mercado de trabalho neste ano.
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