• Investigadores dizem que ex- presidente fez tráfico de influência para Odebrecht
- O Globo
O ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai denunciar a Procuradoria da República no Distrito Federal ao Conselho Nacional do Ministério Público ( CNMP) e ao procurador- geral da República, Rodrigo Janot. A defesa do petista afirma que os procuradores do DF cometeram “abusos e ilegalidades contra o ex-presidente”. A reação de Lula acontece depois que a revista “Época” publicou, na edição deste fim de semana, que os investigadores concluíram que o petista fez tráfico de influência em favor da construtora Odebrecht.
“A gravidade dos fatos é gritante, razão pela qual os advogados do ex- Presidente Lula irão, mais uma vez, levar a situação ao conhecimento do Procurador Geral da República — que até hoje não deu resposta às ilegalidades antes denunciadas — e ao Conselho Nacional do Ministério Público, que necessita cumprir as suas funções constitucionais e impedir que continue havendo o vazamento de informações sigilosas sonegadas aos advogados”, afirma a nota assinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins.
Segundo a revista, os procuradores concluíram que “havia um modus operandi criminoso na atuação de Lula, dos executivos da Odebrecht e dos diretores do BNDES para liberar dinheiro do banco à empreiteira”. O ex-presidente teria vendido sua “influência política à Odebrecht por R$ 7 milhões”. A “Época” diz ainda que “o contrato de palestras entre uma empresa de Lula (a LILS Palestras) e a Odebrecht serviu para ‘ dar aparência de legalidade’ ao tráfico de influência”.
Os procuradores também notaram que o BNDES aprovava com velocidade incomum os financiamentos que envolviam gestões de Lula e interessavam à Odebrecht. De acordo com a “Época”, as constatações ainda não são definitivas.
Em nota divulgada pelo Instituto Lula, a defesa do ex- presidente contestou a reportagem: “O único crime evidenciado na reportagem é o vazamento ilegal de um procedimento sigiloso, ao qual os advogados de Lula tiveram acesso negado, também de forma ilegal”, afirma.
A nota também afirma que “o contrato entre a LILS Palestras e a empresa Odebrecht é semelhante, inclusive nos valores, a contrato de palestra de Lula assinado e pago ( com recolhimento de impostos) pela INFOGLOBO, que edita O Globo e demais publicações da família Marinho”.
A Infoglobo, empresa que publica os jornais O GLOBO, “Extra” e “Expresso”, participa de iniciativas que contribuem para o desenvolvimento e a promoção do Rio de Janeiro. Em 2013, com esse objetivo, a empresa apoiou a Fecomércio-RJ na realização de um seminário sobre o mapa do comércio no Estado do Rio. Além de divulgar o evento em seus jornais, a Infoglobo arcou com os custos dos palestrantes, inclusive do ex-presidente Lula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário