Folha de S. Paulo
Temos um plano e ele está colocado. Hoje, estamos apanhando da direita, que nos acusa de afrouxar a meta fiscal. E da esquerda, porque estamos propondo um limite forte de gastos no futuro.
Mas, se analisarem bem as propostas, este é o plano possível agora, capaz de estabilizar a economia no curto prazo e fazê-la voltar a crescer no médio, desde que as medidas de longo prazo sejam aprovadas.
O comentário é do ministro Nelson Barbosa (Fazenda). Foi feito a interlocutores logo depois de anunciar que o governo pode fechar este ano com novo deficit, de quase 1% do PIB, e uma reforma fiscal para impor um teto nos gastos públicos.
As duas medidas são polêmicas. Indicam a incapacidade do governo Dilma de controlar suas contas no curto prazo. E propõem duras ações para evitar que isto continue no futuro, até com a suspensão do aumento real do salário mínimo.
Aos céticos, Barbosa diz que é hora de esquecer o passado, quando o governo descumpria recorrentemente suas metas fiscais e nada era feito para solucionar o problema. Para ele, se o governo aprovar a reforma fiscal e a da Previdência Social o país muda para melhor.
O desafio do ministro será, mesmo, convencer os dois lados de que este é o plano adequado neste momento. Seu temor é que todo mundo se sinta com poder de veto sobre as medidas lançadas. Aí, diz, o país não vai chegar a lugar nenhum.
Seu maior problema está dentro de casa. O PT, nos últimos dias, deixou claro que gosta mesmo é da Dilma da campanha, a da ilusão, a da fantasia e quer ela de volta.
Detesta, porém, a Dilma da realidade, a que propõe a reforma da Previdência e lança medidas para impor um teto nos gastos públicos.
Encurralados pela Lava Jato, os petistas sonham com um tempo que não existe mais, quando o governo tinha dinheiro no caixa. Só que eles torraram a grana. Agora, não há saída indolor para a crise.
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