Por Andrea Jubé – Valor Econômico
BRASÍLIA - Em jantar na noite de quarta-feira no Palácio do Jaburu com a cúpula do DEM, o presidente interino Michel Temer deixou claro que não se envolverá diretamente nas eleições municipais deste ano. Mas Temer ajudará a costurar alianças entre seus aliados nos bastidores.
O jantar com o presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), foi o segundo movimento eleitoral do dia. Na mesma quarta-feira, no fim da manhã, Temer discutiu possíveis alianças com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG). Temer não vai se expor, em respeito à institucionalidade do cargo e para não melindrar aliados. Por exemplo, não comparecerá ao lançamento da chapa Marta Suplicy (PMDB)-Andrea Matarazzo (PSD), que sem alarde ajudou a consolidar em São Paulo. Mas na medida do possível, ajudará a formar chapas entre aliados afins, como DEM e PSDB.
No jantar com o DEM, estava presente o prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto, que deverá se reeleger na disputa pela prefeitura da capital baiana. Também estavam presentes o ministro da Educação, Mendonça Filho, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), e o secretário-executivo do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), Moreira Franco.
ACM Neto é uma das estrelas em ascensão do DEM e tem 70% de intenções de votos para se reeleger para a Prefeitura de Salvador, segundo pesquisas internas do partido. Na Bahia, o PMDB de Temer tem sólida aliança com o DEM. O PMDB baiano é controlado pelo ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.
"Não foi um jantar de aproximação, porque já somos próximos, foi um jantar de amigos para falar da conjuntura", disse Pauderney Avelino ao Valor. Ele adiantou que na segunda-feira, Temer convocará uma reunião com todos os líderes da base aliada no Planalto para discutir a retomada das votações. A prioridade do governo é aprovar o projeto de lei de renegociação das dívidas dos Estados.
Pauderney disse que o bloco formado por DEM, PSDB e PPS trabalhará para consolidar uma base firme de apoio a Temer. O bloco conta, ainda, com PSB e com o PR, que, segundo o líder, vai se desvincular o antigo Centrão, que era controlado pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No segundo turno da votação para presidente da Câmara, o PR votou em peso em Rodrigo Maia, quando esperava-se que apoiasse o candidato do Centrão, Rogério Rosso (PSD-DF).
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