• Ex-senador, também denunciado por obstrução à Justiça, avalia que decisão judicial que põe petista no banco dos réus 'só fortalece' suas revelações em delação premiada
Fausto Macedo e Mateus Coutinho – O Estado de S. Paulo
O ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT/sem partido/MS) disse que ‘um dia a conta chega prá todo mundo’. Delcídio se refere ao fato de o ex-presidente Lula ter virado réu em ação criminal na Justiça Federal em Brasília por supostamente tramar contra a Operação Lava Jato.
O próprio Delcídio também é réu na mesma ação, ao lado de outros cinco acusados de envolvimento em um plano para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró (Internacionoal), que fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.
“Um dia a conta chega prá todo mundo”, disse Delcídio à reportagem do Estadão nesta sexta-feira, 29.
Delcídio também fez delação premiada. Ele foi preso no dia 25 de novembro, por determinação do Supremo Tribunal Federal. Em fevereiro, ele foi solto. Seus depoimentos deram sustentação a várias denúncias da Procuradoria-Geral da República no âmbito da Lava Jato.
Para o ex-senador, a decisão judicial que recebeu a acusação da Procuradoria contra Lula ‘só fortalece’ suas revelações. “Isso só fortalece a minha colaboração, mostra a efetividade da minha colaboração. O juiz, assim como a Procuradoria, se aprofundaram com relação a esse episódio da obstrução. As provas foram consideradas suficientes e levaram à denúncia e ao recebimento pela Justiça.”
“A efetividade da minha colaboração é forte. Muitas denúncias (da Procuradoria) têm respaldo na minha colaboração.”
Em troca de sua delação, o ex-senador deverá se livrar de uma eventual pena de prisão, mesmo que condenado na ação por obstrução da Lava Jato.
Delcídio afirma que está cumprindo todos os termos do acordo de colaboração que firmou com a Procuradoria-Geral da República.
Na quinta-feira, 28, a Procuradoria da República em Brasília afirmou que Delcídio descumpriu o acordo – ele não estaria comparecendo quinzenalmente à Justiça e nem morando no endereço declarado.
“O problema é que a 12.ª Vara (Federal/Brasília) estava com o endereço que eu passei quando saí do Batalhão da Polícia Militar onde fiquei preso. Mas posso assegurar que tudo está sendo cumprido à risca. Estou trabalhando na fazenda (em Mato Grosso do Sul). Seguimos à risca os termos do acordo no âmbito do Supremo Tribunal Federal.”
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