• PSOL se recusa a apoiar Lula em 2018; PCdoB se queixa do PT em Olinda
Sérgio Roxo - O Globo
SÃO PAULO - Os partidos resistem à ideia da frente por conta dos projetos para 2018. No PDT, a candidatura presidencial de Ciro Gomes é dada como certa. O ex-ministro tem rodado o país e participado de campanhas municipais. Apesar de ter se posicionado de forma dura contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, Ciro não acredita que receberá o apoio do PT, porque avalia que o partido exigiria em troca uma defesa integral dos governos do partido, o que ele não está disposto a fazer.
— Vamos buscar costurar todas as alianças possíveis, mas a gente não abre mão da candidatura de C iro — afirma o presidente do PDT, Carlos Lupi.
Assim como o PDT, o PSOL pretende ter candidatura própria em 2018, como parte de seu projeto de afirmação política e criação de identidade.
— Uma frente não pode ter como projeto a candidatura única em 2018. Isso é impossível —avalia o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ).
Outro empecilho, na visão do deputado do PSOL, é a defesa que as lideranças petistas têm feito da candidatura de Lula em 2018, apesar das investigações da Lava-Jato.
— Apoiar uma candidatura Lula em 2018 é inadequado e não está no nosso horizonte. Nem a gente quer que o PT nos apoie — acrescenta Alencar.
Até no PCdoB, o mais fiel aliado dos petistas no plano nacional, a frente não é vista com entusiasmo. O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) diz que as discussões “estão imaturas” e não vê o PT fazer movimentos que mostrem a intenção de criar uma aliança:
— A presidente do PCdoB, Luciana Santos, foi candidata a prefeita de Olinda e, mesmo assim, o PT fez questão de lançar candidatura isolada na cidade. Os votos que o PT teve eram suficientes para levar a Luciana ao 2º turno. Esse não é o gesto de quem está interessado em uma frente ampla.
Guilherme Boulos, do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), diz que os petistas vão precisar ter uma disposição política que não tiveram até agora:
— Uma frente só se viabiliza com um programa comum. É preciso disposição por parte do PT de rever a estratégia aplicada no último período. Não cabe na estratégia da esquerda uma perspectiva de que reformas populares vão ser feitas em parceria com a elite econômica.
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