• PDT, PSOL e PCdoB não querem ser afetados pelo desgaste do PT; união é defendida por Lula e Tarso Genro
Sérgio Roxo - O Globo
SÃO PAULO - Apontada como caminho para o PT superar a crise que atravessa, a frente de esquerda com partidos e movimentos sociais enfrentará muitos obstáculos para sair do papel. A ideia, defendida por petistas como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Tarso Genro, é vista com ressalvas no PDT, no PSOL e no PCdoB, e teria, na avaliação de líderes dessas legendas, poucas chances de resultar em candidatura única na eleição presidencial de 2018.
Nenhum dos partidos chega a fechar as portas para conversar com o PT e acertar atuações conjuntas pontuais no Legislativo, como a oposição à PEC 241, do teto de gastos públicos. Mas há desconfiança, principalmente, sobre a disposição dos petistas de abrir mão da hegemonia dentro da frente.
O projeto de criação de uma ampla frente de esquerda e centro-esquerda é antigo. Lula sonha, desde os tempos em que estava na Presidência, com a implantação no Brasil de uma aliança semelhante à da Frente Ampla do Uruguai. O grupo comanda o país vizinho desde 2005, com Tabaré Vazques e Pepe Mujica.
No Brasil, a união nunca foi levada adiante. Mas com o resultado ruim do PT no primeiro turno da eleição municipal, voltou a ser discutido. O problema é que as demais legendas ganharam espaço justamente por causa da derrocada petista e não querem ser afetados pelo desgaste da sigla de Lula. O bom resultado da eleição municipal deu fôlego aos projetos dos partidos de ter candidato próprio a presidente.
Os petistas defensores da frente dizem que a candidatura presidencial dever ser construída entre os participantes da aliança, inclusive os movimentos sociais, democraticamente.
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